FOLCLORE EM PERNAMBUCO
Aboio
Na sua forma mais
tradicional, o aboio é um canto geralmente sem palavras, marcado exclusivamente
em vogais, entoado pelos vaqueiros quando conduzem o gado. Neste contexto, é de
livre improvisação e finaliza sempre por uma frase de incitamento à boiada. Nas
festas de gado, a exemplo das vaquejadas, são comuns as apresentações do aboio
cantado, onde os vaqueiros, em parceria ou isoladamente, contam as histórias do
seu dia-a-dia. O aboio tem linha melódica lenta e de grande beleza, inspirando
tristeza e saudosismo.
Bacamarteiros
Inspirada na Guerra
do Paraguai, essa manifestação folclórica consiste na reunião de atiradores de
bacamarte a deflagrar grandes descargas de pólvora seca. Tal como em um
exército, os grupos, devidamente uniformizados, compõem batalhões, cada um
liderado por seu comandante. Geralmente acompanhados por banda de pífano ou
zabumba, os bacamarteiros apresentam-se em diversos eventos populares e religiosos
do interior do Estado, principalmente durante o ciclo junino.
Baião
Nascido no sertão
nordestino, era inicialmente tocado nas pelejas entre repentistas, ao som da
viola e de instrumentos de percussão. A partir dos anos 40, o baião teve o
compositor e cancioneiro Luiz Gonzaga como seu grande divulgador em todo o
País, adotando então a sanfona, o triângulo e a zabumba como principais
instrumentos.
Banda de pífano
Conjunto
instrumental de percussão e sopro, conhecido também como "cabaçal" ou
"zabumba". Apresenta-se nas festividades folclóricas, populares e até
religiosas dos municípios do interior pernambucano.
Bandeira de São
João
Também denominada
Acorda Povo, embora algumas pessoas façam distinção entre essas tradições
folclórico-religiosas. Explicam que Bandeira de São João é um cortejo religioso
com cânticos e orações que, nas primeiras horas da noite da véspera e/ou do dia
consagrado ao Santo, percorre ruas e bairros ao som de orquestra ou de
instrumentos de percussão - levando uma estrela de papel celofane (iluminada
por velas colocadas em seu interior), bandeira com a gravura de São João e
andor; enquanto o Acorda Povo sai durante a madrugada do dia 23 (véspera de São
João), um tanto desorganizado, com zabumba, caracaxá e sem levar andor. Na
verdade, na grande maioria dos municípios pernambucanos, essas manifestações
hoje se confundem, exibindo elementos religiosos e profanos. De
localidade para localidade, observa-se ainda variações no modo como são
realizadas, algumas inclusive culminando com o Banho de São João (em rio ou
mar).
Banho de São João
Trata-se do ritual
que culmina a Bandeira de São João / Acorda Povo, procissões folclóricas do
período junino (vide Bandeira de São João). Normalmente realizado nas cidades
litorâneas, é, segundo crença popular, capaz de purificar os participantes,
livrando-os de doenças, "mau olhado" e outras "mazelas".
Batuque
Tradição folclórica
da tribo Caripós, da comunidade de Serrote. O grupo de participantes é formado
por 2 homens e 12 mulheres, que, trajando uma colorida indumentária, cantam e
dançam - uma coreografia variada e por vezes até pitoresca. O
acompanhamento musical é feito por viola e pandeiro, aos quais é acrescida, em
algumas apresentações, a banda de pífanos.
Blocos anárquicos
Blocos
carnavalescos animadíssimos e pouco ortodoxos que apostam na sátira e na
criatividade seja em termos de temas, figurinos, música ou alegorias.
Blocos
carnavalescos
São agremiações que
trazem ao Carnaval de Pernambuco o saudosismo, a suavidade e a poesia dos
tempos de outrora. O coral, cantando as chamadas "marchas de blocos",
é acompanhado de orquestra formada por instrumentos de "pau e corda".
Apresenta belas fantasias e uma coreografia leve, permitindo o acompanhamento
por pessoas de todas as idades. Dentre os blocos que mais se destacam estão o
da Saudade, o das Ilusões, o Aurora do Amor, o "Nem sempre Lili toca
flauta", o Batutas de São José e o Banhistas do Pina.
Boi das ilhas
É uma manifestação
folclórica similar aos "Bois de Carnaval" (vide item relativo ao
folguedo). É assim designado por acontecer em ilhas localizadas no rio São
Francisco, pertencentes ao município de Santa Maria da Boa Vista.
Boi matuto
O auto do
bumba-meu-boi, presente no ciclo natalino, transforma-se durante o carnaval,
vindo às ruas de diversas cidades pernambucanas com uma coreografia específica
para os dias de folia. Chegam às vezes a apresentar a maioria das figuras do
folguedo na sua forma tradicional (boi, burra, cavalo-marinho, Mateus, Bastião,
Mané Pequenino, Babau - entre outras). Assim, como agremiação carnavalesca, tem
estandarte e é acompanhado por orquestra - normalmente formada por bombos,
gonguê, surdo, gaita e tarol.
Bois de carnaval
O auto do
bumba-meu-boi, presente no ciclo natalino, transforma-se durante o carnaval,
vindo às ruas de diversas cidades pernambucanas com uma coreografia específica
para os dias de folia. Chegam às vezes a apresentar a maioria das figuras do
folguedo na sua forma tradicional (boi, burra, cavalo-marinho, Mateus, Bastião,
Mané Pequenino, Babau - entre outras). Assim, como agremiação carnavalesca, tem
estandarte e é acompanhado por orquestra - normalmente formada por bombos,
gonguê, surdo, gaita e tarol.
Bonecos gigantes de
carnaval
Bumba meu boi
Auto ou drama
pastoril ligado à forma de teatro hierático das festas de Natal e Reis, o
bumba-meu-boi é um dos mais puros espetáculos populares nordestinos, pois,
embora nele se notem algumas influências europeias, sua estrutura, seus
assuntos, seus tipos e música são essencialmente brasileiros. Na sua forma
tradicional, é uma representação trágico-cômica sobre a morte e ressurreição de
um boi, tem a duração aproximada de oito horas e é um espetáculo praticado em
arena, o público em pé formando uma roda em torno dos personagens - que podem
ser classificados como humanos, animais e fantásticos. Hoje, são poucas as
oportunidades de vivenciar o folguedo na forma acima descrita. Normalmente é
reduzido o enredo, o tempo de apresentação e o número de personagens.
Saliente-se ainda ser comum observar-se, durante o período carnavalesco, a
saída de grupos que incluem algumas ou várias das figuras tradicionais, como o
boi, o cavalo-marinho, a burra, a Catirina, o Mateus, o Mané Pequenino - dentre
outras. Neste contexto, tem coreografia própria e orquestra formada por bombos,
gonguê, surdo, gaita e tarol.
Caboclinhos
É um dos mais
antigos bailados populares do Brasil. Nele está bastante evidente a origem de
influência indígena. A indumentária consiste em tanga e cocar de penas de aves.
Os componentes carregam arco e flecha, que servem não apenas como elementos de
caracterização do índio, mas também para marcar o ritmo da música tirada por um
terno: pífano, ganzá e caixa surdo.
Cafurna
Os índios Fulni-ô,
com aldeamento no município de Águas Belas, conservam muitos dos costumes de
seus ancestrais, dentre eles, a cafurna - dança comum aos diversos grupamentos
indígenas de Pernambuco - dançada geralmente ao ar livre, por homens, mulheres e
crianças, em qualquer época do ano, dependendo da disposição ou dos dias
festivos da comunidade. Os participantes, aos pares, giram em torno de um
puxador, guia do grupo. Tendo maracás como acompanhamento, os versos são
cantados em português e em yathê, o idioma de origem dos Fulni-ô.
Cambinda
Cambinda foi a
denominação gentílica para os negros procedentes da região de Cambinda, na
África. Embora, segundo Câmara Cascudo, tenha sido a modalidade primitiva dos
maracatus de Pernambuco, pela sua coreografia e música, as Cambindas constituem
um folguedo específico, diferenciado do Maracatu Nação Africana ou do Maracatu
Rural. Nele, os integrantes dançam o tempo todo acocorados, num movimento de
sapos, que obedece à música. Quanto aos personagens, observa-se similaridade
com os elementos do maracatu, apresentando o rei, a rainha, os vassalos e a
dama da boneca - dentre outros. O elemento mais numeroso são as
"cambindas", com os trajes semelhantes à baiana. A cambinda é cantada
através de toadas e loas, com acompanhamento de banjo, caixa, maracás,
triângulos e reco-reco.
Capimlelê
De origem africana,
o Capimlelê é uma roda composta por 16 pessoas sendo 8 homens e 8 mulheres. As
mulheres usam saia longa verde e blusa branca de manga curta, chapéu de palha
enfeitado com fitas coloridas. Os homens também se vestem com camisa branca e
chapéu enfeitado. Durante a roda todos cantam, dançam e tiram versos
acompanhados por sanfoneiro, zabumba e pandeiro.
Capoeira
A capoeira é um
combate esportivo numa dança. Os dançarinos, com roupas brancas e pés
descalços, executam passos consagrados: raspa, rasteira, tesoura, rabo de
arraia, cabeçadas, pião. Há passos em que as mãos também funcionam, como, por
exemplo, no balão, em que a mão atira tapona enquanto a perna faz a trave rapidamente
e o rival é jogado por cima do ombro. Os bons mestres fazem verdadeiras
acrobacias: passam com o corpo quase rente ao chão, viram no ar sobre um braço
só, passam por dentro do adversário, num incrível emaranhado de braços e pernas
e, ao terminar a brincadeira não tem uma só mancha na roupa branca. Os
instrumentos musicais que acompanham a capoeira são o berimbau (que dirige o
espetáculo), o caxixi, o reco-reco e o pandeiro.
Caretas
Grupo formado por
rapazes da sociedade. Careta é a figura maior do folclore da cidade de Triunfo.
Embora seja o grande atrativo do carnaval, podem ser admirados em todas as
festas populares do município. Divididos em grupos, chamados de
"trecas", os caretas saem pelas ruas desde o início deste século. De
grande plasticidade, escondendo todo o corpo para que não seja possível
reconhecer o careta, a fantasia é composta por máscara feita com papel e grude
(uma espécie de cola preparada com goma) ou papier maché, chapéu com fitas
multicoloridas, relho (espécie de chicote) e tabuleta com chocalhos de diversos
tamanhos. Nas tabuletas levam frases semelhantes às dos pára-choques dos
caminhões: "Tombei meu coração nas curvas do teu corpo", "Não
sou o que pensa, mas tenho o que você gosta", "Deus
protege as mulheres bonitas e as feias se tiver tempo", entre outras. Sem
qualquer tipo de orquestra, os "trecas" são animados pelos sons dos
chocalhos, das tabuletas e pelos relhos que estalam no chão, produzindo um
som fortíssimo. Todos os anos são promovidos um concurso que elege os melhores
caretas e, por isso mesmo, a cada carnaval capricha-se mais nas fantasias e na
criatividade das fases escritas nas tabuletas.
Carnaval
O carnaval de Pernambuco diz respeito
às festas de momo do estado brasileiro de Pernambuco. Acontece de forma mais
intensa na Região Metropolitana do Recife, principalmente no Recife Antigo na
capital pernambucana e na Cidade Alta em Olinda; mas também ocorre em diversos
municípios do interior do estado. Ritmos comuns são o frevo, o maracatu, a
ciranda, o coco, os caboclinhos, o cavalo-marinho, o manguebeat, entre outros.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carnaval_de_Pernambuco
Cavalhada
A cavalhada é uma
reminiscência dos torneios da Idade Média. Como folguedo popular, a cavalhada é
um torneio equestre, onde os participantes procuram demonstrar sua habilidade
como cavaleiros. Começa com manobras em círculos, rodopios e outros figurados.
Depois tem lugar a manobra de guerra e o jogo de argolinhas.
Cavalo marinho
Figura folclórica
intimamente associada à manifestação popular do bumba-meu-boi, sendo por vezes
designada para indicar o folguedo em questão (vide textos “Bumba-meu-boi"
e "Bois de Carnaval").
Ciranda
É uma dança de roda
distinta das "cirandinhas infantis". Distinta pelos cirandeiros, que
são adultos, pelo repertório poético-musical (de extrema variedade na temática
poética e linha musical), pelo instrumental obrigatório - onde nunca falta o
bombo - que acompanha a roda ondulante dos cirandeiros, a imitar o vai-e-vem
das ondas do mar, ou ainda pela presença do "Mestre Cirandeiro", a
quem cabe tirar as cantigas (cirandas), improvisar versos e presidir a festa.
Originalmente, a ciranda era apenas dançada nas áreas litorâneas, mas, hoje,
pode ser observada em diversas festas populares de todo o Estado. A mais famosa
ciranda de Pernambuco é a Ciranda de Lia, da Ilha de Itamaracá.
Clubes de frevo
São algumas das
mais animadas e expressivas agremiações carnavalescas de Pernambuco. O cortejo
está assim configurado: o porta-estandarte, escolhido por sua habilidade em
realizar manobras com o estandarte, peça sagrada na vida de um clube; os
destaques (fantasias); o alegre e colorido cordão de passistas, a orquestra de
frevo, onde predominam os metais e clarins; os sócios do clube e, finalmente, a
" onda" - grande corrente humana que retrata o prestígio de
determinada agremiação. Dentre os clubes de frevo mais tradicionais e de maior
expressão em Pernambuco estão o Vassourinhas do Recife, o Pás Douradas, o
Lenhadores do Recife, o Pão Duro, o Arrasta-tudo e o Abanadores do Arruda.
Coco
O Coco - também
denominado Coco de Roda, Coco de Furar, Coco de Praia, Samba de Roda ou Samba
de Coco - é uma dança popular nordestina. Acredita-se que tenha nascido nas
praias; daí sua denominação. Quando apareceu, era dançado em roda formada por
pares, na cadência de cantos especiais. Os dançarinos, cantando, trocavam
umbigadas com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados. Com
o passar do tempo, o Coco foi sofrendo expressivas modificações. Hoje, os pares
não mudam e dançam com um sapateado forte, geralmente sem trocar umbigadas.
Dependendo da região ou município onde é dançado, o Coco apresenta variações no
instrumental que o acompanha e em sua coreografia. Nos últimos anos, na Região
Metropolitana do Recife, em função de um movimento de resgate cultural, o Coco
passou a ser uma das danças "da moda", sendo apresentado nas mais
diversas ocasiões e eventos, com grande participação da juventude. Nesse novo
contexto, os grupos que mais se destacam são o de "Selma do Coco",
"Zé Neguinho do Coco” e "Aurinha do Coco".
Coco de furar
O Coco - também
denominado Coco de Roda, Coco de Furar, Coco de Praia, Samba de Roda ou Samba
de Coco - é uma dança popular nordestina. Acredita-se que tenha nascido nas
praias; daí sua denominação. Quando apareceu, era dançado em roda formada por
pares, na cadência de cantos especiais. Os dançarinos, cantando, trocavam
umbigadas com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados.
Com o passar do tempo, o Coco foi sofrendo expressivas modificações. Hoje, os
pares não mudam e dançam com um sapateado forte, geralmente sem trocar
umbigadas. Dependendo da região ou município onde é dançado, o Coco apresenta
variações no instrumental que o acompanha e em sua coreografia. Nos últimos
anos, na Região Metropolitana do Recife, em função de um movimento de resgate
cultural, o Coco passou a ser uma das danças "da moda", sendo
apresentado nas mais diversas ocasiões e eventos, com grande participação da
juventude. Nesse novo contexto, os grupos que mais se destacam são o de
"Selma do Coco", "Zé Neguinho do Coco” e "Aurinha do
Coco".
Coco de roda
O Coco - também
denominado Coco de Roda, Coco de Furar, Coco de Praia, Samba de Roda ou Samba
de Coco - é uma dança popular nordestina. Acredita-se que tenha nascido nas
praias; daí sua denominação. Quando apareceu, era dançado em roda formada por
pares, na cadência de cantos especiais. Os dançarinos, cantando, trocavam
umbigadas com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados.
Com o passar do tempo, o Coco foi sofrendo expressivas modificações. Hoje, os
pares não mudam e dançam com um sapateado forte, geralmente sem trocar
umbigadas. Dependendo da região ou município onde é dançado, o Coco apresenta
variações no instrumental que o acompanha e em sua coreografia. Nos últimos
anos, na Região Metropolitana do Recife, em função de um movimento de resgate
cultural, o Coco passou a ser uma das danças "da moda",
sendo apresentado nas mais diversas ocasiões e eventos, com grande participação
da juventude. Nesse novo contexto, os grupos que mais se destacam são o de
"Selma do Coco", "Zé Neguinho do Coco” e "Aurinha do Coco".
Congada
Típica do período
natalino, a Congada é uma manifestação folclórica que rememora as vitórias dos
Reis do Congo, isto é, das tribos do congo africano. Seus personagens são o
rei, a rainha, os marinheiros (do sexo masculino) e os marujos, representados
por crianças à exceção do rei e da rainha, que trajam roupas de caracterização
singular, inclusive portando coroas, os demais integrantes usam calças e tênis
brancos, blusão de cor (vermelha ou azul) em tecido acetinado e chapéu de
palha, forrado de branco e ornado por fitas coloridas. Durante o desfile, a
rainha ou algum dos congos (participantes da Congada) porta uma bandeira,
enfeitada por flores e fitas coloridas, a qual exibe uma estampa de um santo
(Nossa Senhora ou São Benedito). O instrumental que acompanha as apresentações
do folguedo é formado por viola, bumbo, surdo médio, caixa, pandeiro,
reco-reco, agogô, triângulo, chocalho e apito.
Congo
Em Lagoa Grande, o
folguedo do Congo acontece em duas ocasiões distintas: na Festa de Nossa
Senhora do Rosário (outubro), realizada na sede do Município, e na Festa de
Nossa Senhora dos Remédios (setembro), na Ilha do Pontal. Tradicionalmente, o
grupo de participantes, composto por negros, tinha como personagens o rei, a
rainha e seu cortejo, os quais exibiam um rico guarda-roupa. Atualmente, devido
a questões de ordem financeira, a apresentação é bem mais simples; inclusive
sem a presença do rei e da rainha. Comandados por um “puxador", homens e
mulheres trajando calças e saias de cor azul e camisas e blusas brancas, além de
chapéu afunilado enfeitado por lantejoulas e missangas, cantam e dançam, sendo
acompanhados por instrumentos de percussão. São esses instrumentos que,
juntamente às batidas dos pés no solo, marcam o ritmo musical. Suas loas têm
como temas as histórias sobre a vida dos escravos e as louvações à Nossa
Senhora. Essa manifestação folclórica, quando realizada na sede de Lagoa Grande
é vivenciada também nos sete dias que antecedem a Festa de Nossa Senhora do
Rosário. Nesse período, o grupo, com sua bandeira, sai durante a noite, e,
cantando e dançando, visitam os moradores locais - sendo recompensados com
algum agrado, geralmente dinheiro ou alimentos.
Cutilada
É um conjunto
instrumental e coral que se exibe durante as festas religiosas interioranas.
Constam comumente de pífanos, bombo (zabumba), tambor e sanfona.
Dança de coco
Dança indígena com
coreografias variadas, acompanhada de quengas de coco presas em cada mão,
fazendo o ritmo de percussão.
Dança de São
Gonçalo
A dança de São
Gonçalo acontece com maior frequência no mês de janeiro, na área rural do
município, onde os devotos desse santo pagam suas promessas dançando e cantando
as jornadas tradicionais ao som da zabumba, triângulo e sanfona. Os mais
afortunados contratam um grupo de dança, que é composto por homens e mulheres
trajando roupas nas cores verde, vermelho e amarelo. O mestre puxa os cânticos
e o povo responde. A dança possui semelhança com o coco-de-roda.
Dança do toré
É uma dança ligada
às tradições religiosas indígenas. Nela, homens, mulheres e crianças formam um
grupo compacto circular, girando em torno do centro ou de si mesmo. O ritmo da
dança é marcado por maracás, pelas fortes batidas dos pés dos dançarinos no
terreno e pelo coro de vozes dos participantes.
Embolada
Canto, improvisado
ou não, que tem como temas os desafios entre dois ou mais emboladores, o
cotidiano de determinada região e as críticas ou louvações a um indivíduo. O
embolador é acompanhado apenas pelo pandeiro, que marca o ritmo musical. É
comum a presença de emboladores nas praças, feiras populares e praias, ocasiões
em que são gratificados pelas suas cantorias.
Fandango
O fandango,
folguedo próprio do ciclo natalino, é um espetáculo popular que soma romance,
dança, música, anedotas, ditos, lendas e orações. A brincadeira desenvolve-se
em um tablado armado no pátio de uma festa, na calçada de uma igreja ou em
barco alegórico, às vezes, a beira do mar. A duração é de toda uma noite. Os
atores vestem-se de branco como marinheiros, cantam, dançam e gritam ao som de
instrumentos de corda, fazendo a percussão com um sapateado próprio.
Forró
A origem da palavra
"forró" surgiu como corruptela da expressão inglesa
"for-all" (para todos). Segundo o professor e folclorista
pernambucano, Valdemar de Oliveira, nas décadas de 1920/30, os ingleses
dirigentes da Pernambuco Transways Power Company Limited, juntamente com seus
patrícios da Great Western Railway Company, realizavam grandes festas, para as
quais eram convidadas figuras importantes da sociedade. Porém, em determinados eventos,
os convites eram mais amplos e extensivos aos funcionários das duas empresas.
Nessas ocasiões, traziam, no rodapé, a expressão "for all" -
promovendo a alegria geral. Sendo uma festa para todos, o forró popularizou-se,
numa mistura de baião, samba, xaxado - dentre outras manifestações. Uma das
tradições folclóricas mais apreciadas no Nordeste, e até no País, é dançado em
diversos períodos e festividades, sobretudo durante o ciclo junino, sendo
acompanhado por conjunto regional formado de sanfona, triângulo e
bombo. Também merece registro o forró estilizado, tocado por instrumental
moderno (órgão, guitarra, contrabaixo, bateria, etc.)
Em setembro de 2005 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, instituiu o dia 13 de dezembro como o Dia Nacional do Forró, em homenagem à data de nascimento de Luiz Gonzaga.
Frevo
É a marca
registrada do carnaval pernambucano. Seu ritmo forte e envolvente é executado
por uma orquestra onde predominam os metais. Como música, recebeu a influência
da polca, do maxixe, dos velhos dobrados e até das jornadas do pastoril. A
dança que se dança com o frevo é o "passo", cuja origem está também
ligada a outras manifestações da cultura popular, a exemplo da
"capoeira". Embora existam configurações consagradas, como a
"sacarrolha", a "tesoura", a "dobradiça" e o
"parafuso", o caráter marcante do "passo" é o livre
arbítrio, permitindo ao dançarino, geralmente portando a tradicional sombrinha
de frevo, dar asas à criatividade.
Guerreiro
Pertence ao ciclo
do reisado, aparecendo na mesma época. Consiste de elementos de velhos
reisados, finalizando pelo bailado do boi.
Literatura de cordel
São livretos
confeccionados em papel jornal que, através de versos de poetas populares,
contam, de modo pitoresco, satírico, cômico ou trágico, casos verdadeiros ou
fictícios, sempre relacionados à cultura de determinada região ou município.
São chamados de literatura de cordel por serem costumeiramente encontrados
pendurados em cordões nas barracas das feiras populares do interior do Estado. Também
podem ser adquiridos em algumas livrarias e lojas de artesanato. Dentre os
cordéis mais conhecidos estão "A chegada de Lampião no Inferno",
" A história do pavão misterioso" , " A confissão do
caboclo" , " Os sofrimentos de Jesus Cristo"
, "A discussão de um crente com um cachaceiro", "A
desventura de um corno ganancioso" e "A peleja do cego Aderaldo com
Zé Pretinho".
Maculelê
Vestígio da Dança
das Espadas, milenar e quase universal, é um bailado guerreiro, onde os
participantes, geralmente em número superior a dez, vestindo camisas brancas de
algodão e portando bastões de madeira, cantam e bailam entrechocando as
"armas".
Malhação de Judas
Os Judas são
bonecos de pano que ficam pendurados em postes e portais para serem malhados e
queimados ao amanhecer do Sábado de Aleluia. Originalmente, a cena representa o
castigo ao apóstolo traidor.
Mamulengo
Nome dos teatrinhos
de fantoches introduzidos em Pernambuco ainda no século XVI. Foi inspirado no
catolicismo alegórico da Idade Média. As peças apresentadas, embora obedecendo
a um roteiro são quase sempre improvisadas representando uma resposta à reação
dos espectadores. O mamulengo aparece em várias festas populares do ano ou faz
a festa com suas peças ligeiras, vivas e irônicas.
Maracatu de representação
Grupos de dança e
percussão baseados nos maracatus tradicionais: maracatu de baque-virado e
maracatu de baque-solto.
Maracatu nação ou
de baque virado
Teve origem nas
cerimônias de coroação dos Reis do Congo e é uma das mais tradicionais e
místicas manifestações do carnaval de Pernambuco - sobremodo, do recifense. O
cortejo, antecedido pelas batidas sincopadas de bombos, ganzás, atabaques e
tarois, é formado pelo rei e rainha, protegidos pelo pálio, pelos embaixadores,
lanceiros, damas de paço, porta-calungas, porta-bouquês e pajens. Sua dança
molenga é entremeada por loas que falam "na terra bonita do lado de
lá", refletindo o banzo e os sentimentos do negro escravo. Com a morte dos
últimos remanescentes das nações africanas, a exemplo de Dona Santa, que teve o
mais famoso maracatu do Estado, os maracatus de baque virado vão, pouco a
pouco, desaparecendo. Novos grupos têm procurado resgatar essa tradição, porém,
na maioria das vezes, de forma já estilizada.
Maracatu rural
O maracatu rural ou
de baque solto (ou ainda maracatu de orquestra) é, como bem diz o nome, de
origem rural, especificamente da zona canavieira do Norte do Estado. Apresenta
vários elementos comuns ao maracatu nação, a exemplo do rei, da rainha, das
damas de paço e da boneca, carregada por uma das baianas. Os demais componentes
do grupo são os caboclos de pena (que se exibem de modo muito semelhante aos
"caboclinhos") e os caboclos de lança - figuras que provocam grande
impacto cênico, seja por sua bela e colorida indumentária, pela movimentação de
suas lanças ou ainda pelo barulho dos chocalhos presos ao surrão que trazem nas
costas. As toadas do maracatu rural são geralmente improvisadas e a orquestra
que o acompanha é composta por bombo, surdo, tarol, gonguê e instrumentos de
sopro. No Recife, durante o carnaval e o Mês do Folclore (agosto), é possível
observar diversos grupos do maracatu rural, sobretudo em locais como o Bairro
do Recife e o Pátio de São Pedro.
Mazurca
É um folguedo
democrático, onde todos podem participar. Dança-se em pares, formando um
círculo. O ritmo é marcado pelas batidas dos pés dos dançarinos e por
instrumentos de percussão. O sapateado, variável em função da música, é por
vezes interrompido para a tirada de um verso. Os menos avisados, não obedecem à
pausa, sendo motivo de risos e brincadeiras dos demais participantes
Menino do rancho
O Menino do Rancho
é uma tradição que vem desde os primórdios da tribo dos Pankararus. Segundo os
mais velhos, a fé que se tinha nos encantados faziam com que realizassem
promessas. Acredita-se que, dentro das locas, nos pés de serras, habitam
entidades ruins que são nocivas às crianças do sexo masculino. Então, quando
uma delas fica doente, leva-se à casa dos curandeiros e eles pedem para deixar
o menino no rancho para que o mesmo não morra. No pagamento da promessa,
convidam uma menina da mesma idade ou aproximada para representar a noiva, duas
mulheres para madrinhas, um grupo de praiás e um número de homens não
caracterizados que serão os padrinhos e defensores do menino. Para iniciar, vão
buscar a noiva e as madrinhas para dançar três rodas. À tarde, os praiás tentam
apanhar a criança que será defendida pelos padrinhos. Quando o prendem, dançam
três rodas e encerram a festa. Se até às 17 horas não o prenderem, o
menino será devolvido ao curandeiro que após outras três rodas será entregue
aos pais.
Papangu
Grupo de mascarados
que, com fantasias variadas, saem às ruas durante o período carnavalesco,
fazendo gracejos (por mímica) com os transeuntes, visitando os amigos, comendo
e bebendo em suas casas, sem serem identificados. Os papangus são
figuras muito comuns no Carnaval de Bezerros.
Pastoril
Tradição inspirada
em autos religiosos originários da Península Ibérica. Tem como tema central o
nascimento de Jesus e a viagem dos pastores a Belém. Seus principais elementos
são as pastoras que, divididas em dois cordões, o azul e o encarnado, cantam
jornadas (canções) para saudar o menino Deus. São personagens as pastoras dos cordões
encarnado e azul; a Diana, dividida em duas cores, unindo os cordões; a
borboleta; a cigana e o velho.
Pastoril de ponta
de rua
A representação do
pastoril tem como centro o nascimento de Jesus, e hoje se desdobra em
espetáculo profano, em largos ou pontas de rua. Um tablado rústico, bandeirolas
de papel, mulheres de saiotes divididas em cordões (o azul e o encarnado), uma
pequena orquestra, danças, cantos e ditos espirituosos, um velho endiabrado a
comandar o espetáculo, interação constante entre a troupe e o público, são os
principais ingredientes desse folguedo.
Pega do boi
Mais que uma
manifestação folclórica, o "pega-do-boi no mato" é uma competição
esportiva muito apreciada no Sertão nordestino. Nela, é considerado vencedor o
vaqueiro que capturar a rês solta na caatinga. Exige grande habilidade e
conhecimento do terreno por parte dos participantes.
Praiá
O Praiá é um ritual
ancestral mantido pelo grupo indígena Kambiwá. Segundo o Pajé, é a força maior
e o sustentáculo da tibo. Nas noites de lua cheia, os índios colocam seus
adornos e dirigem-se para um terreiro na Baixa da Alexandra, ou
preferencialmente, para uma área reservada na caatinga, aguardando o " Dia
do Praiá". Os praiás ou "moços do folguedo" são oito ou mais homens
escolhidos e preparados dentro das tradições religiosas e das "forças
encantadas". Eles são recolhidos ao "poró", quarto ou qualquer
local fechado e reservado. Após os rituais secretos, saem para o terreiro
usando vestimentas de fibra de caroá, adornadas por penas de peru.
Completamente encobertos, torna-se impossível reconhecer os participantes.
Durante o ritual, eles dançam e cantam em idioma indígena, sendo acompanhados
por maracás e uma espécie de flauta. Algumas moças da tribo podem ser
escolhidas para acompanhar os praiás, mas sempre ignorando com quem estão a
dançar. Dependendo das condições da tribo, poderá ocorrer até, no máximo, três
meses de intervalo entre os "dias do Praiá". Caso um dos "moços
do folguedo" venha a falecer, este intervalo será de um ano.
Quadrilha
Manifestação
folclórica típica do ciclo junino, surgiu como uma sátira às danças palacianas europeias.
Os casais participantes, divididos em duas alas e vestidos com trajes matutos,
desenvolvem uma divertida coreografia ditada pelo "marcador", ao som
de conjuntos regionais e músicas próprias da época. Hoje, observa-se em vários
municípios do Estado uma mudança na estrutura original da quadrilha - a nível
da indumentária (incluindo um guarda-roupa mais rico e com características do
apresentado pelo folclore gaúcho), da coreografia e do repertório musical, que
passou a ser mais amplo e não necessariamente relativo ao período.
Quebra lajedo
É uma dança típica
de Santa Cruz do Capibaribe, semelhante ao coco (outra tradicional manifestação
do folclore nordestino). Nela os dançarinos se movimentam em volta do cantador
principal, enquanto cantam e batem o pé no chão. A dança difere do cocopela
repetição dos versos e pelas batidas contínuas do pé.
Rabequeiro
É aquele que toca a
rabeca, instrumento usado na idade média. É um instrumento folclórico parecido
com o violino de cultura popular.
Reisado
De inspiração
religiosa, o reisado tem suas origens no Brasil Colônia. O folguedo ocorre
durante o período natalino, geralmente em plena rua ou em praças públicas. Seus
participantes - o rei, a rainha, os palhaços, o secretário, guias, contra guias,
mestre, mestra, Mateus, embaixadores, governador, índio Peri, sereia, dentre
outros - saem tocando e cantando, louvando e saudando os espectadores, contando
a história do nascimento do menino Jesus. A indumentária é composta de saiotes
e capas de cetim, com a presença de muitos espelhinhos, vidrilhos e
lantejoulas. Os chapéus, ricamente enfeitados com fitas e espelhos, são uma
atração à parte, reproduzindo, alguns deles, fachadas de igrejas e até mesmo a
tiara do Papa. O ritmo do reisado é marcado por zabumbas, foles, caixas de
guerra e pandeiros, sendo também comum a presença de sanfonas rabecas e violas.
Repente
São cantorias populares
em versos que se caracterizam pelo improviso. Geralmente, participam dessa
manifestação, uma dupla de cantadores que, ao som de suas violas, contam
histórias, fazem louvações e tiram gracejos com o público presente.
Roda de São Gonçalo
A dança de São
Gonçalo acontece com maior frequência no mês de janeiro, na área rural do
município, onde os devotos desse santo pagam suas promessas dançando e cantando
as jornadas tradicionais ao som da zabumba, triângulo e sanfona. Os mais
afortunados contratam um grupo de dança, que é composto por homens e mulheres
trajando roupas nas cores verde, vermelho e amarelo. O mestre puxa os cânticos
e o povo responde. A dança possui semelhança com o coco-de-roda.
Samba de coco
O Coco - também
denominado Coco de Roda. Coco de Furar, Coco de Praia, Samba de Roda ou Samba
de Coco - é uma dança popular nordestina. Acredita-se que tenha nascido nas
praias; daí sua denominação. Quando apareceu, era dançado em roda formado por
pares, na cadência de cantos especiais. Os dançarinos, cantando, trocavam
umbigadas com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados.
Com o passar do tempo, o Coco foi sofrendo expressivas modificações. Hoje, os
pares não mudam e dançam com um sapateado forte, geralmente sem trocar umbigadas.
Dependendo da região ou município onde é dançado, o Coco apresenta variações no
instrumental que o acompanha e em sua coreografia. Nos últimos anos, na Região
Metropolitana do Recife, em função de um movimento de resgate cultural, o Coco
passou a ser uma das danças "da moda", sendo apresentado nas mais
diversas ocasiões e eventos, com grande participação da juventude. Nesse novo
contexto, os grupos que mais se destacam são o de "Selma do Coco",
"Zé Neguinho do Coco" e "Aurinha do Coco".
Samba de roda
O Coco - também
denominado Coco de Roda. Coco de Furar, Coco de Praia, Samba de Roda ou Samba
de Coco - é uma dança popular nordestina. Acredita-se que tenha nascido nas
praias; daí sua denominação. Quando apareceu, era dançado em roda formada por pares,
na cadência de cantos especiais. Os dançarinos, cantando, trocavam umbigadas
com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados. Com o
passar do tempo, o Coco foi sofrendo expressivas modificações. Hoje, os pares
não mudam e dançam com um sapateado forte, geralmente sem trocar umbigadas.
Dependendo da região ou município onde é dançado, o Coco apresenta variações no
instrumental que o acompanha e em sua coreografia. Nos últimos anos, na Região
Metropolitana do Recife, em função de um movimento de resgate cultural, o Coco
passou a ser uma das danças "da moda", sendo apresentado nas mais
diversas ocasiões e eventos, com grande participação da juventude. Nesse novo
contexto, os grupos que mais se destacam são o de "Selma do Coco",
"Zé Neguinho do Coco” e "Aurinha do Coco".
Samba de véio
O samba de véio é
uma das manifestações culturais mais antigas da Ilha do Massangano. É de origem
indígena com influência africana, uma história de mais de 100 anos, como contam
os moradores mais antigos.
Esta manifestação
folclórica, denominada Samba de Véio pelos ilhéus, constitui-se num frenético
sapatear. É formada uma roda e quem vai para o meio improvisa um sapateado
diferente que contagia a todos que estão em sua volta. Os casais vão entrando
para o centro da roda, sambam, pulam, riem muito e dão a famosa umbigada e,
desta forma todos participam. Afastada da roda, uma fogueira é acesa para
aquecer o couro do animal que cobre a parte superior de um tamborete - assento
de madeira que é o instrumento de percussão responsável pela marcação da
coreografia dançada pelos ilhéus. Os instrumentos utilizados são: tambores,
triângulos, cavaquinho, atabaque, ganzá e pandeiro. As letras versam sobre o
dia a dia dos moradores da ilha, embora as estrofes das canções não variem, há
permissão para o improviso seguindo a sugestão dos versos, a pessoa que se
encontra no centro aplica, em outra, uma umbigada e o canto prossegue. Depois
que todos os participantes tiverem passado pelo meio da roda, nova canção será
entoada. Para recuperar o fôlego, uma garrafa de cachaça é passada de mão em
mão e vira atração, quando equilibrada na cabeça por um dos sambistas no centro
da roda. A Associação Cultural Josefa Isabel dos Santos do Samba de Véio da
Ilha do Massangano foi fundada no dia 14 de fevereiro de 2001, e é uma
sociedade civil sem fins lucrativos.
Samba de matuto
O folguedo reúne
canto, dança e poesia improvisada. Um samba-de-matuto é composto por um mestre,
um contramestre, um bandeirista ou porta-bandeira, um tocador de ganzá, um
tocador de bombo e um número variado de baianas. Os postos de mestre e
contra-mestre só podem ser ocupados por poetas repentistas. A
"função" começa quando o mestre faz soar um apito para reunir os
participantes. As baianas formam duas alas, com a porta-bandeira ao
centro. O mestre recita para as baianas o refrão (tema) da
poesia que irá improvisar. Depois que as mulheres
decoram os versos, um novo silvo fere o ar e faz-se silêncio total no salão.
O mestre declara o
improviso. São longos poemas, com vinte, quarenta e até cem
versos. Os assuntos são tirados de seu
cotidiano. Terminada a declamação, a percussão quebra a
quietude do ambiente. As bailarinas cantam e dançam no ritmo louco e
sincopado dos instrumentos, requebrando os quadris numa coreografia primitiva e
sensual. As disputas entre os cantadores se sucedem; a
poesia e a dança rolam soltas noite a dentro. Durante o carnaval, o samba sai à
rua como bloco carnavalesco e os figurantes, trajando fantasias, visitam a casa
das pessoas mais influentes - que são homenageadas, com poesia, pelo
mestre. É costume o homenageado gratificar o bloco colocando algum
dinheiro preso (por alfinetes) na bandeira.
Serração do velho
A Serração do Velho
é uma tradição européia conhecida em Pernambuco desde o começo do século XVIII.
O folguedo reúne um grupo de brincalhões, diante da casa de pessoa de idade
avançada, na noite da quarta-feira da Semana Santa. Um deles, improvisa um
sarírico testamento e serra uma tábua, sendo acompanhado, nesse rouco e lúgubre
ruído, pelos gritos, lamentos e pranto dos demais. Geralmente, os idosos
irritam-se com a brincadeira, inclusive pela crença popular de que "velho
serrado" não chega a outra Quaresma.
Tabaqueiros
Grupo formado por
jovens, os tabaqueiros se assemelham aos caretas de Triunfo. Um dos
grandes atrativos do carnaval, podem ser admirados andando sós ou em grupos.
Escondendo todo o corpo para que não seja reconhecido, sua fantasia é composta
por máscara feita com papel e grude (uma espécie de cola preparada com goma) ou
papier maché, chapéu com fitas multicoloridas, relho (espécie de chicote) e
tabuleta com chocalhos de diversos tamanhos. Nas tabuletas levam frases
engraçadas. Sem qualquer tipo de orquestra, os tabaqueiros são animados pelos
sons dos chocalhos, das tabuletas e pelos relhos que estalam no chão,
produzindo um som fortíssimo.
Toré
O toré é uma dança
indígena. Pereira da Costa registrou um dos versos da música que é cantada
quando se dança o toré: “Toré, toré, dá cá o pé. Eu não como moqueca de amoré”.
O toré dançado na
aldeia em homenagem aos visitantes ou em festejos da tribo, não é o mesmo
dançado no Ouricuri.
Trios de forró
Tradicionalmente
formado por músicos utilizando zabumba, triângulo e sanfona como instrumentos,
caracterizando o autêntico forró.
Troças
São agremiações
carnavalescas similares aos clubes de frevo, sendo deles diferenciadas por
realizarem desfiles diurnos (o que, nem sempre, hoje é respeitado). Dentre as
troças de maior expressão em Pernambuco estão a Abanadores do Arruda, o
Cachorro do Homem do Miúdo, a Pitombeira dos Quatro Cantos e a Marim dos
Caetés.
Urso de carnaval
(La ursa)
Conjunto cujas
figuras centrais são o "Urso" (homem trajando máscara de urso e
macacão de estopa), o Domador ou "Italiano" e, em alguns grupos, o
"Caçador", personagem que conduz uma velha espingarda e dá tiros de
pólvora seca, cada vez que o "urso" vai escapar. Geralmente são
acompanhados por balizas, estandarte e orquestra (formada por sanfonas,
triângulo, bombo e pandeiro).
Vaquejada
A vaquejada é o
folguedo de derrubada do boi. Os participantes, a cavalo, correm em dupla. Um
deles tem a função de "puxador", ou seja, é o encarregado de puxar o
rabo do animal para que ele caia no campo de areia; ao outro, o "esteira",
cabe cercar o boi para que ele não fuja e também colaborar para que o
"puxador" fique na melhor posição possível. A dupla ganha pontos
quando consegue derrubar o boi dentro de uma área de aproximadamente 10 metros,
marcada por faixas de cal. A conquista é celebrada com o "valeu boi",
gritado pelo locutor. A vaquejada é festa popularíssima no Nordeste e são
muitos os parques de vaquejada existentes em Pernambuco.
Violeiros
Uma das mais
típicas figuras do folclore brasileiro é sem dúvida nenhuma, o cantador de
viola, o violeiro, conhecido em todo o território nacional. O violeiro
nordestino, geralmente improvisador, sai cantando suas rimas acompanhado por
viola, criando enquanto canta. De viola na mão, ou responde o desafio ou canta
um acontecimento recente, opinando e interpretando os fatos.
Xaxado
Era a dança
preferida dos cangaceiros e nasceu no Sertão nordestino. Dança-se em fila
indiana, um atrás do outro, sem volteio, avançando o pé direito, fazendo de
três a quatro movimentos laterais e puxando o esquerdo, num rápido e deslizado
sapateado. Tem letra e música simples, com acompanhamento de zabumba, pífano,
triângulos e sanfonas. Seus dançarinos, caracterizados por roupas de tecido
rústico e adereços em couro e metal, empunham uma espingarda que, juntamente
com as batidas das sandálias, contribuem à marcação do ritmo musical.
Zabumba
Tambor confeccionado
de pranchas de madeira coladas com veios alternados ou metal, no formato de
caixas cilíndricas de médias e grandes dimensões e sonoridade grave, sendo
tocado ou percutido por varetas, macetas ou baquetas, em superfície com uma ou
duas membranas esticadas em uma das bases, as quais, percutidas, produzem sons
indeterminados, muito usado para marcar o ritmo em determinados gêneros musicais. Diferente
de qualquer peça de bateria, surdo, bumbo ou similares, o zabumba acompanha na
sua pele de cima um "abafador", para retirar o excesso de harmônico
na nota emitida pela vibração da pele. Cada "abafador" varia em
espessura e maciez. Dependendo do tamanho do zabumba (normalmente medido em
polegadas)
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