sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

 

FOLCLORE EM PERNAMBUCO

 

Aboio

Na sua forma mais tradicional, o aboio é um canto geralmente sem palavras, marcado exclusivamente em vogais, entoado pelos vaqueiros quando conduzem o gado. Neste contexto, é de livre improvisação e finaliza sempre por uma frase de incitamento à boiada. Nas festas de gado, a exemplo das vaquejadas, são comuns as apresentações do aboio cantado, onde os vaqueiros, em parceria ou isoladamente, contam as histórias do seu dia-a-dia. O aboio tem linha melódica lenta e de grande beleza, inspirando tristeza e saudosismo.

 

Bacamarteiros

Inspirada na Guerra do Paraguai, essa manifestação folclórica consiste na reunião de atiradores de bacamarte a deflagrar grandes descargas de pólvora seca. Tal como em um exército, os grupos, devidamente uniformizados, compõem batalhões, cada um liderado por seu comandante. Geralmente acompanhados por banda de pífano ou zabumba, os bacamarteiros apresentam-se em diversos eventos populares e religiosos do interior do Estado, principalmente durante o ciclo junino.

 





Baião

Nascido no sertão nordestino, era inicialmente tocado nas pelejas entre repentistas, ao som da viola e de instrumentos de percussão. A partir dos anos 40, o baião teve o compositor e cancioneiro Luiz Gonzaga como seu grande divulgador em todo o País, adotando então a sanfona, o triângulo e a zabumba como principais instrumentos.

 

Banda de pífano

Conjunto instrumental de percussão e sopro, conhecido também como "cabaçal" ou "zabumba". Apresenta-se nas festividades folclóricas, populares e até religiosas dos municípios do interior pernambucano.

 

Bandeira de São João

Também denominada Acorda Povo, embora algumas pessoas façam distinção entre essas tradições folclórico-religiosas. Explicam que Bandeira de São João é um cortejo religioso com cânticos e orações que, nas primeiras horas da noite da véspera e/ou do dia consagrado ao Santo, percorre ruas e bairros ao som de orquestra ou de instrumentos de percussão - levando uma estrela de papel celofane (iluminada por velas colocadas em seu interior), bandeira com a gravura de São João e andor; enquanto o Acorda Povo sai durante a madrugada do dia 23 (véspera de São João), um tanto desorganizado, com zabumba, caracaxá e sem levar andor. Na verdade, na grande maioria dos municípios pernambucanos, essas manifestações hoje se confundem, exibindo elementos religiosos e profanos. De localidade para localidade, observa-se ainda variações no modo como são realizadas, algumas inclusive culminando com o Banho de São João (em rio ou mar).

 

Banho de São João

Trata-se do ritual que culmina a Bandeira de São João / Acorda Povo, procissões folclóricas do período junino (vide Bandeira de São João). Normalmente realizado nas cidades litorâneas, é, segundo crença popular, capaz de purificar os participantes, livrando-os de doenças, "mau olhado" e outras "mazelas".

 

Batuque

Tradição folclórica da tribo Caripós, da comunidade de Serrote. O grupo de participantes é formado por 2 homens e 12 mulheres, que, trajando uma colorida indumentária, cantam e dançam -  uma coreografia variada e por vezes até pitoresca. O acompanhamento musical é feito por viola e pandeiro, aos quais é acrescida, em algumas apresentações, a banda de pífanos.

 

Blocos anárquicos

Blocos carnavalescos animadíssimos e pouco ortodoxos que apostam na sátira e na criatividade seja em termos de temas, figurinos, música ou alegorias.

 

Blocos carnavalescos

São agremiações que trazem ao Carnaval de Pernambuco o saudosismo, a suavidade e a poesia dos tempos de outrora. O coral, cantando as chamadas "marchas de blocos", é acompanhado de orquestra formada por instrumentos de "pau e corda". Apresenta belas fantasias e uma coreografia leve, permitindo o acompanhamento por pessoas de todas as idades. Dentre os blocos que mais se destacam estão o da Saudade, o das Ilusões, o Aurora do Amor, o "Nem sempre Lili toca flauta", o Batutas de São José e o Banhistas do Pina.

 

Boi das ilhas

É uma manifestação folclórica similar aos "Bois de Carnaval" (vide item relativo ao folguedo). É assim designado por acontecer em ilhas localizadas no rio São Francisco, pertencentes ao município de Santa Maria da Boa Vista.

 

Boi matuto

O auto do bumba-meu-boi, presente no ciclo natalino, transforma-se durante o carnaval, vindo às ruas de diversas cidades pernambucanas com uma coreografia específica para os dias de folia. Chegam às vezes a apresentar a maioria das figuras do folguedo na sua forma tradicional (boi, burra, cavalo-marinho, Mateus, Bastião, Mané Pequenino, Babau - entre outras). Assim, como agremiação carnavalesca, tem estandarte e é acompanhado por orquestra - normalmente formada por bombos, gonguê, surdo, gaita e tarol.

 

Bois de carnaval

O auto do bumba-meu-boi, presente no ciclo natalino, transforma-se durante o carnaval, vindo às ruas de diversas cidades pernambucanas com uma coreografia específica para os dias de folia. Chegam às vezes a apresentar a maioria das figuras do folguedo na sua forma tradicional (boi, burra, cavalo-marinho, Mateus, Bastião, Mané Pequenino, Babau - entre outras). Assim, como agremiação carnavalesca, tem estandarte e é acompanhado por orquestra - normalmente formada por bombos, gonguê, surdo, gaita e tarol.


Bonecos gigantes de carnaval 

 


Bumba meu boi

Auto ou drama pastoril ligado à forma de teatro hierático das festas de Natal e Reis, o bumba-meu-boi é um dos mais puros espetáculos populares nordestinos, pois, embora nele se notem algumas influências europeias, sua estrutura, seus assuntos, seus tipos e música são essencialmente brasileiros. Na sua forma tradicional, é uma representação trágico-cômica sobre a morte e ressurreição de um boi, tem a duração aproximada de oito horas e é um espetáculo praticado em arena, o público em pé formando uma roda em torno dos personagens - que podem ser classificados como humanos, animais e fantásticos. Hoje, são poucas as oportunidades de vivenciar o folguedo na forma acima descrita. Normalmente é reduzido o enredo, o tempo de apresentação e o número de personagens. Saliente-se ainda ser comum observar-se, durante o período carnavalesco, a saída de grupos que incluem algumas ou várias das figuras tradicionais, como o boi, o cavalo-marinho, a burra, a Catirina, o Mateus, o Mané Pequenino - dentre outras. Neste contexto, tem coreografia própria e orquestra formada por bombos, gonguê, surdo, gaita e tarol.

 

Caboclinhos

É um dos mais antigos bailados populares do Brasil. Nele está bastante evidente a origem de influência indígena. A indumentária consiste em tanga e cocar de penas de aves. Os componentes carregam arco e flecha, que servem não apenas como elementos de caracterização do índio, mas também para marcar o ritmo da música tirada por um terno: pífano, ganzá e caixa surdo.

 

Cafurna

Os índios Fulni-ô, com aldeamento no município de Águas Belas, conservam muitos dos costumes de seus ancestrais, dentre eles, a cafurna - dança comum aos diversos grupamentos indígenas de Pernambuco - dançada geralmente ao ar livre, por homens, mulheres e crianças, em qualquer época do ano, dependendo da disposição ou dos dias festivos da comunidade. Os participantes, aos pares, giram em torno de um puxador, guia do grupo. Tendo maracás como acompanhamento, os versos são cantados em português e em yathê, o idioma de origem dos Fulni-ô.

 

Cambinda

Cambinda foi a denominação gentílica para os negros procedentes da região de Cambinda, na África. Embora, segundo Câmara Cascudo, tenha sido a modalidade primitiva dos maracatus de Pernambuco, pela sua coreografia e música, as Cambindas constituem um folguedo específico, diferenciado do Maracatu Nação Africana ou do Maracatu Rural. Nele, os integrantes dançam o tempo todo acocorados, num movimento de sapos, que obedece à música. Quanto aos personagens, observa-se similaridade com os elementos do maracatu, apresentando o rei, a rainha, os vassalos e a dama da boneca - dentre outros. O elemento mais numeroso são as "cambindas", com os trajes semelhantes à baiana. A cambinda é cantada através de toadas e loas, com acompanhamento de banjo, caixa, maracás, triângulos e reco-reco.

Capimlelê

De origem africana, o Capimlelê é uma roda composta por 16 pessoas sendo 8 homens e 8 mulheres. As mulheres usam saia longa verde e blusa branca de manga curta, chapéu de palha enfeitado com fitas coloridas. Os homens também se vestem com camisa branca e chapéu enfeitado. Durante a roda todos cantam, dançam e tiram versos acompanhados por sanfoneiro, zabumba e pandeiro.

Capoeira

A capoeira é um combate esportivo numa dança. Os dançarinos, com roupas brancas e pés descalços, executam passos consagrados: raspa, rasteira, tesoura, rabo de arraia, cabeçadas, pião. Há passos em que as mãos também funcionam, como, por exemplo, no balão, em que a mão atira tapona enquanto a perna faz a trave rapidamente e o rival é jogado por cima do ombro. Os bons mestres fazem verdadeiras acrobacias: passam com o corpo quase rente ao chão, viram no ar sobre um braço só, passam por dentro do adversário, num incrível emaranhado de braços e pernas e, ao terminar a brincadeira não tem uma só mancha na roupa branca. Os instrumentos musicais que acompanham a capoeira são o berimbau (que dirige o espetáculo), o caxixi, o reco-reco e o pandeiro.

Caretas

Grupo formado por rapazes da sociedade. Careta é a figura maior do folclore da cidade de Triunfo. Embora seja o grande atrativo do carnaval, podem ser admirados em todas as festas populares do município. Divididos em grupos, chamados de "trecas", os caretas saem pelas ruas desde o início deste século. De grande plasticidade, escondendo todo o corpo para que não seja possível reconhecer o careta, a fantasia é composta por máscara feita com papel e grude (uma espécie de cola preparada com goma) ou papier maché, chapéu com fitas multicoloridas, relho (espécie de chicote) e tabuleta com chocalhos de diversos tamanhos. Nas tabuletas levam frases semelhantes às dos pára-choques dos caminhões: "Tombei meu coração nas curvas do teu corpo", "Não sou o que pensa, mas tenho o que você gosta", "Deus protege as mulheres bonitas e as feias se tiver tempo", entre outras. Sem qualquer tipo de orquestra, os "trecas" são animados pelos sons dos chocalhos, das tabuletas e pelos relhos que estalam no chão, produzindo um som fortíssimo. Todos os anos são promovidos um concurso que elege os melhores caretas e, por isso mesmo, a cada carnaval capricha-se mais nas fantasias e na criatividade das fases escritas nas tabuletas.

 

 

Carnaval

O carnaval de Pernambuco diz respeito às festas de momo do estado brasileiro de Pernambuco. Acontece de forma mais intensa na Região Metropolitana do Recife, principalmente no Recife Antigo na capital pernambucana e na Cidade Alta em Olinda; mas também ocorre em diversos municípios do interior do estado. Ritmos comuns são o frevo, o maracatu, a ciranda, o coco, os caboclinhos, o cavalo-marinho, o manguebeat, entre outros.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carnaval_de_Pernambuco

 





































Cavalhada

A cavalhada é uma reminiscência dos torneios da Idade Média. Como folguedo popular, a cavalhada é um torneio equestre, onde os participantes procuram demonstrar sua habilidade como cavaleiros. Começa com manobras em círculos, rodopios e outros figurados. Depois tem lugar a manobra de guerra e o jogo de argolinhas.

 

Cavalo marinho

Figura folclórica intimamente associada à manifestação popular do bumba-meu-boi, sendo por vezes designada para indicar o folguedo em questão (vide textos “Bumba-meu-boi" e "Bois de Carnaval").

 

Ciranda

É uma dança de roda distinta das "cirandinhas infantis". Distinta pelos cirandeiros, que são adultos, pelo repertório poético-musical (de extrema variedade na temática poética e linha musical), pelo instrumental obrigatório - onde nunca falta o bombo - que acompanha a roda ondulante dos cirandeiros, a imitar o vai-e-vem das ondas do mar, ou ainda pela presença do "Mestre Cirandeiro", a quem cabe tirar as cantigas (cirandas), improvisar versos e presidir a festa. Originalmente, a ciranda era apenas dançada nas áreas litorâneas, mas, hoje, pode ser observada em diversas festas populares de todo o Estado. A mais famosa ciranda de Pernambuco é a Ciranda de Lia, da Ilha de Itamaracá.

 

Clubes de frevo

São algumas das mais animadas e expressivas agremiações carnavalescas de Pernambuco. O cortejo está assim configurado: o porta-estandarte, escolhido por sua habilidade em realizar manobras com o estandarte, peça sagrada na vida de um clube; os destaques (fantasias); o alegre e colorido cordão de passistas, a orquestra de frevo, onde predominam os metais e clarins; os sócios do clube e, finalmente, a " onda" - grande corrente humana que retrata o prestígio de determinada agremiação. Dentre os clubes de frevo mais tradicionais e de maior expressão em Pernambuco estão o Vassourinhas do Recife, o Pás Douradas, o Lenhadores do Recife, o Pão Duro, o Arrasta-tudo e o Abanadores do Arruda.

 

Coco

O Coco - também denominado Coco de Roda, Coco de Furar, Coco de Praia, Samba de Roda ou Samba de Coco - é uma dança popular nordestina. Acredita-se que tenha nascido nas praias; daí sua denominação. Quando apareceu, era dançado em roda formada por pares, na cadência de cantos especiais. Os dançarinos, cantando, trocavam umbigadas com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados. Com o passar do tempo, o Coco foi sofrendo expressivas modificações. Hoje, os pares não mudam e dançam com um sapateado forte, geralmente sem trocar umbigadas. Dependendo da região ou município onde é dançado, o Coco apresenta variações no instrumental que o acompanha e em sua coreografia. Nos últimos anos, na Região Metropolitana do Recife, em função de um movimento de resgate cultural, o Coco passou a ser uma das danças "da moda", sendo apresentado nas mais diversas ocasiões e eventos, com grande participação da juventude. Nesse novo contexto, os grupos que mais se destacam são o de "Selma do Coco", "Zé Neguinho do Coco” e "Aurinha do Coco".

 

Coco de furar

O Coco - também denominado Coco de Roda, Coco de Furar, Coco de Praia, Samba de Roda ou Samba de Coco - é uma dança popular nordestina. Acredita-se que tenha nascido nas praias; daí sua denominação. Quando apareceu, era dançado em roda formada por pares, na cadência de cantos especiais. Os dançarinos, cantando, trocavam umbigadas com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados. Com o passar do tempo, o Coco foi sofrendo expressivas modificações. Hoje, os pares não mudam e dançam com um sapateado forte, geralmente sem trocar umbigadas. Dependendo da região ou município onde é dançado, o Coco apresenta variações no instrumental que o acompanha e em sua coreografia. Nos últimos anos, na Região Metropolitana do Recife, em função de um movimento de resgate cultural, o Coco passou a ser uma das danças "da moda", sendo apresentado nas mais diversas ocasiões e eventos, com grande participação da juventude. Nesse novo contexto, os grupos que mais se destacam são o de "Selma do Coco", "Zé Neguinho do Coco” e "Aurinha do Coco".

 

Coco de roda

O Coco - também denominado Coco de Roda, Coco de Furar, Coco de Praia, Samba de Roda ou Samba de Coco - é uma dança popular nordestina. Acredita-se que tenha nascido nas praias; daí sua denominação. Quando apareceu, era dançado em roda formada por pares, na cadência de cantos especiais. Os dançarinos, cantando, trocavam umbigadas com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados. Com o passar do tempo, o Coco foi sofrendo expressivas modificações. Hoje, os pares não mudam e dançam com um sapateado forte, geralmente sem trocar umbigadas. Dependendo da região ou município onde é dançado, o Coco apresenta variações no instrumental que o acompanha e em sua coreografia. Nos últimos anos, na Região Metropolitana do Recife, em função de um movimento de resgate cultural, o Coco passou a ser uma das danças "da moda", sendo apresentado nas mais diversas ocasiões e eventos, com grande participação da juventude. Nesse novo contexto, os grupos que mais se destacam são o de "Selma do Coco", "Zé Neguinho do Coco” e "Aurinha do Coco".

 

Congada

Típica do período natalino, a Congada é uma manifestação folclórica que rememora as vitórias dos Reis do Congo, isto é, das tribos do congo africano. Seus personagens são o rei, a rainha, os marinheiros (do sexo masculino) e os marujos, representados por crianças à exceção do rei e da rainha, que trajam roupas de caracterização singular, inclusive portando coroas, os demais integrantes usam calças e tênis brancos, blusão de cor (vermelha ou azul) em tecido acetinado e chapéu de palha, forrado de branco e ornado por fitas coloridas. Durante o desfile, a rainha ou algum dos congos (participantes da Congada) porta uma bandeira, enfeitada por flores e fitas coloridas, a qual exibe uma estampa de um santo (Nossa Senhora ou São Benedito). O instrumental que acompanha as apresentações do folguedo é formado por viola, bumbo, surdo médio, caixa, pandeiro, reco-reco, agogô, triângulo, chocalho e apito.


Congo

Em Lagoa Grande, o folguedo do Congo acontece em duas ocasiões distintas: na Festa de Nossa Senhora do Rosário (outubro), realizada na sede do Município, e na Festa de Nossa Senhora dos Remédios (setembro), na Ilha do Pontal. Tradicionalmente, o grupo de participantes, composto por negros, tinha como personagens o rei, a rainha e seu cortejo, os quais exibiam um rico guarda-roupa. Atualmente, devido a questões de ordem financeira, a apresentação é bem mais simples; inclusive sem a presença do rei e da rainha. Comandados por um “puxador", homens e mulheres trajando calças e saias de cor azul e camisas e blusas brancas, além de chapéu afunilado enfeitado por lantejoulas e missangas, cantam e dançam, sendo acompanhados por instrumentos de percussão. São esses instrumentos que, juntamente às batidas dos pés no solo, marcam o ritmo musical. Suas loas têm como temas as histórias sobre a vida dos escravos e as louvações à Nossa Senhora. Essa manifestação folclórica, quando realizada na sede de Lagoa Grande é vivenciada também nos sete dias que antecedem a Festa de Nossa Senhora do Rosário. Nesse período, o grupo, com sua bandeira, sai durante a noite, e, cantando e dançando, visitam os moradores locais - sendo recompensados com algum agrado, geralmente dinheiro ou alimentos.

 

Cutilada

É um conjunto instrumental e coral que se exibe durante as festas religiosas interioranas. Constam comumente de pífanos, bombo (zabumba), tambor e sanfona.

 

Dança de coco

Dança indígena com coreografias variadas, acompanhada de quengas de coco presas em cada mão, fazendo o ritmo de percussão.

 

Dança de São Gonçalo

A dança de São Gonçalo acontece com maior frequência no mês de janeiro, na área rural do município, onde os devotos desse santo pagam suas promessas dançando e cantando as jornadas tradicionais ao som da zabumba, triângulo e sanfona. Os mais afortunados contratam um grupo de dança, que é composto por homens e mulheres trajando roupas nas cores verde, vermelho e amarelo. O mestre puxa os cânticos e o povo responde. A dança possui semelhança com o coco-de-roda.

 

Dança do toré

É uma dança ligada às tradições religiosas indígenas. Nela, homens, mulheres e crianças formam um grupo compacto circular, girando em torno do centro ou de si mesmo. O ritmo da dança é marcado por maracás, pelas fortes batidas dos pés dos dançarinos no terreno e pelo coro de vozes dos participantes.

 

Embolada

Canto, improvisado ou não, que tem como temas os desafios entre dois ou mais emboladores, o cotidiano de determinada região e as críticas ou louvações a um indivíduo. O embolador é acompanhado apenas pelo pandeiro, que marca o ritmo musical. É comum a presença de emboladores nas praças, feiras populares e praias, ocasiões em que são gratificados pelas suas cantorias.

Fandango

O fandango, folguedo próprio do ciclo natalino, é um espetáculo popular que soma romance, dança, música, anedotas, ditos, lendas e orações. A brincadeira desenvolve-se em um tablado armado no pátio de uma festa, na calçada de uma igreja ou em barco alegórico, às vezes, a beira do mar. A duração é de toda uma noite. Os atores vestem-se de branco como marinheiros, cantam, dançam e gritam ao som de instrumentos de corda, fazendo a percussão com um sapateado próprio.

 

Forró

A origem da palavra "forró" surgiu como corruptela da expressão inglesa "for-all" (para todos). Segundo o professor e folclorista pernambucano, Valdemar de Oliveira, nas décadas de 1920/30, os ingleses dirigentes da Pernambuco Transways Power Company Limited, juntamente com seus patrícios da Great Western Railway Company, realizavam grandes festas, para as quais eram convidadas figuras importantes da sociedade. Porém, em determinados eventos, os convites eram mais amplos e extensivos aos funcionários das duas empresas. Nessas ocasiões, traziam, no rodapé, a expressão "for all" - promovendo a alegria geral. Sendo uma festa para todos, o forró popularizou-se, numa mistura de baião, samba, xaxado - dentre outras manifestações. Uma das tradições folclóricas mais apreciadas no Nordeste, e até no País, é dançado em diversos períodos e festividades, sobretudo durante o ciclo junino, sendo acompanhado por conjunto regional formado de sanfona, triângulo e bombo. Também merece registro o forró estilizado, tocado por instrumental moderno (órgão, guitarra, contrabaixo, bateria, etc.)

Em setembro de 2005 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, instituiu o dia 13 de dezembro como o Dia Nacional do Forró, em homenagem à data de nascimento de Luiz Gonzaga.

 


Frevo

É a marca registrada do carnaval pernambucano. Seu ritmo forte e envolvente é executado por uma orquestra onde predominam os metais. Como música, recebeu a influência da polca, do maxixe, dos velhos dobrados e até das jornadas do pastoril. A dança que se dança com o frevo é o "passo", cuja origem está também ligada a outras manifestações da cultura popular, a exemplo da "capoeira". Embora existam configurações consagradas, como a "sacarrolha", a "tesoura", a "dobradiça" e o "parafuso", o caráter marcante do "passo" é o livre arbítrio, permitindo ao dançarino, geralmente portando a tradicional sombrinha de frevo, dar asas à criatividade.

 

Guerreiro

Pertence ao ciclo do reisado, aparecendo na mesma época. Consiste de elementos de velhos reisados, finalizando pelo bailado do boi.


Literatura de cordel

São livretos confeccionados em papel jornal que, através de versos de poetas populares, contam, de modo pitoresco, satírico, cômico ou trágico, casos verdadeiros ou fictícios, sempre relacionados à cultura de determinada região ou município. São chamados de literatura de cordel por serem costumeiramente encontrados pendurados em cordões nas barracas das feiras populares do interior do Estado. Também podem ser adquiridos em algumas livrarias e lojas de artesanato. Dentre os cordéis mais conhecidos estão "A chegada de Lampião no Inferno", " A história do pavão misterioso" , " A confissão do caboclo" , " Os sofrimentos de Jesus Cristo" ,  "A discussão de um crente com um cachaceiro", "A desventura de um corno ganancioso" e "A peleja do cego Aderaldo com Zé Pretinho".

 

Maculelê

Vestígio da Dança das Espadas, milenar e quase universal, é um bailado guerreiro, onde os participantes, geralmente em número superior a dez, vestindo camisas brancas de algodão e portando bastões de madeira, cantam e bailam entrechocando as "armas".

 

Malhação de Judas

Os Judas são bonecos de pano que ficam pendurados em postes e portais para serem malhados e queimados ao amanhecer do Sábado de Aleluia. Originalmente, a cena representa o castigo ao apóstolo traidor.

 

Mamulengo

Nome dos teatrinhos de fantoches introduzidos em Pernambuco ainda no século XVI. Foi inspirado no catolicismo alegórico da Idade Média. As peças apresentadas, embora obedecendo a um roteiro são quase sempre improvisadas representando uma resposta à reação dos espectadores. O mamulengo aparece em várias festas populares do ano ou faz a festa com suas peças ligeiras, vivas e irônicas.

 





 Maracatu de representação

Grupos de dança e percussão baseados nos maracatus tradicionais: maracatu de baque-virado e maracatu de baque-solto.


Maracatu nação ou de baque virado

Teve origem nas cerimônias de coroação dos Reis do Congo e é uma das mais tradicionais e místicas manifestações do carnaval de Pernambuco - sobremodo, do recifense. O cortejo, antecedido pelas batidas sincopadas de bombos, ganzás, atabaques e tarois, é formado pelo rei e rainha, protegidos pelo pálio, pelos embaixadores, lanceiros, damas de paço, porta-calungas, porta-bouquês e pajens. Sua dança molenga é entremeada por loas que falam "na terra bonita do lado de lá", refletindo o banzo e os sentimentos do negro escravo. Com a morte dos últimos remanescentes das nações africanas, a exemplo de Dona Santa, que teve o mais famoso maracatu do Estado, os maracatus de baque virado vão, pouco a pouco, desaparecendo. Novos grupos têm procurado resgatar essa tradição, porém, na maioria das vezes, de forma já estilizada.

 

Maracatu rural

O maracatu rural ou de baque solto (ou ainda maracatu de orquestra) é, como bem diz o nome, de origem rural, especificamente da zona canavieira do Norte do Estado. Apresenta vários elementos comuns ao maracatu nação, a exemplo do rei, da rainha, das damas de paço e da boneca, carregada por uma das baianas. Os demais componentes do grupo são os caboclos de pena (que se exibem de modo muito semelhante aos "caboclinhos") e os caboclos de lança - figuras que provocam grande impacto cênico, seja por sua bela e colorida indumentária, pela movimentação de suas lanças ou ainda pelo barulho dos chocalhos presos ao surrão que trazem nas costas. As toadas do maracatu rural são geralmente improvisadas e a orquestra que o acompanha é composta por bombo, surdo, tarol, gonguê e instrumentos de sopro. No Recife, durante o carnaval e o Mês do Folclore (agosto), é possível observar diversos grupos do maracatu rural, sobretudo em locais como o Bairro do Recife e o Pátio de São Pedro.

 




Mazurca

É um folguedo democrático, onde todos podem participar. Dança-se em pares, formando um círculo. O ritmo é marcado pelas batidas dos pés dos dançarinos e por instrumentos de percussão. O sapateado, variável em função da música, é por vezes interrompido para a tirada de um verso. Os menos avisados, não obedecem à pausa, sendo motivo de risos e brincadeiras dos demais participantes


Menino do rancho

O Menino do Rancho é uma tradição que vem desde os primórdios da tribo dos Pankararus. Segundo os mais velhos, a fé que se tinha nos encantados faziam com que realizassem promessas. Acredita-se que, dentro das locas, nos pés de serras, habitam entidades ruins que são nocivas às crianças do sexo masculino. Então, quando uma delas fica doente, leva-se à casa dos curandeiros e eles pedem para deixar o menino no rancho para que o mesmo não morra. No pagamento da promessa, convidam uma menina da mesma idade ou aproximada para representar a noiva, duas mulheres para madrinhas, um grupo de praiás e um número de homens não caracterizados que serão os padrinhos e defensores do menino. Para iniciar, vão buscar a noiva e as madrinhas para dançar três rodas. À tarde, os praiás tentam apanhar a criança que será defendida pelos padrinhos. Quando o prendem, dançam três rodas e encerram a festa.  Se até às 17 horas não o prenderem, o menino será devolvido ao curandeiro que após outras três rodas será entregue aos pais.

 





Papangu

Grupo de mascarados que, com fantasias variadas, saem às ruas durante o período carnavalesco, fazendo gracejos (por mímica) com os transeuntes, visitando os amigos, comendo e bebendo em suas casas, sem serem identificados.  Os papangus são figuras muito comuns no Carnaval de Bezerros.


Pastoril

Tradição inspirada em autos religiosos originários da Península Ibérica. Tem como tema central o nascimento de Jesus e a viagem dos pastores a Belém. Seus principais elementos são as pastoras que, divididas em dois cordões, o azul e o encarnado, cantam jornadas (canções) para saudar o menino Deus. São personagens as pastoras dos cordões encarnado e azul; a Diana, dividida em duas cores, unindo os cordões; a borboleta; a cigana e o velho.

 

Pastoril de ponta de rua

A representação do pastoril tem como centro o nascimento de Jesus, e hoje se desdobra em espetáculo profano, em largos ou pontas de rua. Um tablado rústico, bandeirolas de papel, mulheres de saiotes divididas em cordões (o azul e o encarnado), uma pequena orquestra, danças, cantos e ditos espirituosos, um velho endiabrado a comandar o espetáculo, interação constante entre a troupe e o público, são os principais ingredientes desse folguedo.

 

Pega do boi

Mais que uma manifestação folclórica, o "pega-do-boi no mato" é uma competição esportiva muito apreciada no Sertão nordestino. Nela, é considerado vencedor o vaqueiro que capturar a rês solta na caatinga. Exige grande habilidade e conhecimento do terreno por parte dos participantes.

 

Praiá

O Praiá é um ritual ancestral mantido pelo grupo indígena Kambiwá. Segundo o Pajé, é a força maior e o sustentáculo da tibo. Nas noites de lua cheia, os índios colocam seus adornos e dirigem-se para um terreiro na Baixa da Alexandra, ou preferencialmente, para uma área reservada na caatinga, aguardando o " Dia do Praiá". Os praiás ou "moços do folguedo" são oito ou mais homens escolhidos e preparados dentro das tradições religiosas e das "forças encantadas". Eles são recolhidos ao "poró", quarto ou qualquer local fechado e reservado. Após os rituais secretos, saem para o terreiro usando vestimentas de fibra de caroá, adornadas por penas de peru. Completamente encobertos, torna-se impossível reconhecer os participantes. Durante o ritual, eles dançam e cantam em idioma indígena, sendo acompanhados por maracás e uma espécie de flauta. Algumas moças da tribo podem ser escolhidas para acompanhar os praiás, mas sempre ignorando com quem estão a dançar. Dependendo das condições da tribo, poderá ocorrer até, no máximo, três meses de intervalo entre os "dias do Praiá". Caso um dos "moços do folguedo" venha a falecer, este intervalo será de um ano.

 




Quadrilha

Manifestação folclórica típica do ciclo junino, surgiu como uma sátira às danças palacianas europeias. Os casais participantes, divididos em duas alas e vestidos com trajes matutos, desenvolvem uma divertida coreografia ditada pelo "marcador", ao som de conjuntos regionais e músicas próprias da época. Hoje, observa-se em vários municípios do Estado uma mudança na estrutura original da quadrilha - a nível da indumentária (incluindo um guarda-roupa mais rico e com características do apresentado pelo folclore gaúcho), da coreografia e do repertório musical, que passou a ser mais amplo e não necessariamente relativo ao período.



Quebra lajedo

É uma dança típica de Santa Cruz do Capibaribe, semelhante ao coco (outra tradicional manifestação do folclore nordestino). Nela os dançarinos se movimentam em volta do cantador principal, enquanto cantam e batem o pé no chão. A dança difere do cocopela repetição dos versos e pelas batidas contínuas do pé.

 

Rabequeiro

É aquele que toca a rabeca, instrumento usado na idade média. É um instrumento folclórico parecido com o violino de cultura popular.



Reisado

De inspiração religiosa, o reisado tem suas origens no Brasil Colônia. O folguedo ocorre durante o período natalino, geralmente em plena rua ou em praças públicas. Seus participantes - o rei, a rainha, os palhaços, o secretário, guias, contra guias, mestre, mestra, Mateus, embaixadores, governador, índio Peri, sereia, dentre outros - saem tocando e cantando, louvando e saudando os espectadores, contando a história do nascimento do menino Jesus. A indumentária é composta de saiotes e capas de cetim, com a presença de muitos espelhinhos, vidrilhos e lantejoulas. Os chapéus, ricamente enfeitados com fitas e espelhos, são uma atração à parte, reproduzindo, alguns deles, fachadas de igrejas e até mesmo a tiara do Papa. O ritmo do reisado é marcado por zabumbas, foles, caixas de guerra e pandeiros, sendo também comum a presença de sanfonas rabecas e violas.


Repente

São cantorias populares em versos que se caracterizam pelo improviso. Geralmente, participam dessa manifestação, uma dupla de cantadores que, ao som de suas violas, contam histórias, fazem louvações e tiram gracejos com o público presente.


Roda de São Gonçalo

A dança de São Gonçalo acontece com maior frequência no mês de janeiro, na área rural do município, onde os devotos desse santo pagam suas promessas dançando e cantando as jornadas tradicionais ao som da zabumba, triângulo e sanfona. Os mais afortunados contratam um grupo de dança, que é composto por homens e mulheres trajando roupas nas cores verde, vermelho e amarelo. O mestre puxa os cânticos e o povo responde. A dança possui semelhança com o coco-de-roda.

Samba de coco

O Coco - também denominado Coco de Roda. Coco de Furar, Coco de Praia, Samba de Roda ou Samba de Coco - é uma dança popular nordestina. Acredita-se que tenha nascido nas praias; daí sua denominação. Quando apareceu, era dançado em roda formado por pares, na cadência de cantos especiais. Os dançarinos, cantando, trocavam umbigadas com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados. Com o passar do tempo, o Coco foi sofrendo expressivas modificações. Hoje, os pares não mudam e dançam com um sapateado forte, geralmente sem trocar umbigadas. Dependendo da região ou município onde é dançado, o Coco apresenta variações no instrumental que o acompanha e em sua coreografia. Nos últimos anos, na Região Metropolitana do Recife, em função de um movimento de resgate cultural, o Coco passou a ser uma das danças "da moda", sendo apresentado nas mais diversas ocasiões e eventos, com grande participação da juventude. Nesse novo contexto, os grupos que mais se destacam são o de "Selma do Coco", "Zé Neguinho do Coco" e "Aurinha do Coco".

Samba de roda

O Coco - também denominado Coco de Roda. Coco de Furar, Coco de Praia, Samba de Roda ou Samba de Coco - é uma dança popular nordestina. Acredita-se que tenha nascido nas praias; daí sua denominação. Quando apareceu, era dançado em roda formada por pares, na cadência de cantos especiais. Os dançarinos, cantando, trocavam umbigadas com o seu par e a moça do par vizinho, em movimentos sincronizados. Com o passar do tempo, o Coco foi sofrendo expressivas modificações. Hoje, os pares não mudam e dançam com um sapateado forte, geralmente sem trocar umbigadas. Dependendo da região ou município onde é dançado, o Coco apresenta variações no instrumental que o acompanha e em sua coreografia. Nos últimos anos, na Região Metropolitana do Recife, em função de um movimento de resgate cultural, o Coco passou a ser uma das danças "da moda", sendo apresentado nas mais diversas ocasiões e eventos, com grande participação da juventude. Nesse novo contexto, os grupos que mais se destacam são o de "Selma do Coco", "Zé Neguinho do Coco” e "Aurinha do Coco".

Samba de véio

O samba de véio é uma das manifestações culturais mais antigas da Ilha do Massangano. É de origem indígena com influência africana, uma história de mais de 100 anos, como contam os moradores mais antigos.

Esta manifestação folclórica, denominada Samba de Véio pelos ilhéus, constitui-se num frenético sapatear. É formada uma roda e quem vai para o meio improvisa um sapateado diferente que contagia a todos que estão em sua volta. Os casais vão entrando para o centro da roda, sambam, pulam, riem muito e dão a famosa umbigada e, desta forma todos participam. Afastada da roda, uma fogueira é acesa para aquecer o couro do animal que cobre a parte superior de um tamborete - assento de madeira que é o instrumento de percussão responsável pela marcação da coreografia dançada pelos ilhéus. Os instrumentos utilizados são: tambores, triângulos, cavaquinho, atabaque, ganzá e pandeiro. As letras versam sobre o dia a dia dos moradores da ilha, embora as estrofes das canções não variem, há permissão para o improviso seguindo a sugestão dos versos, a pessoa que se encontra no centro aplica, em outra, uma umbigada e o canto prossegue. Depois que todos os participantes tiverem passado pelo meio da roda, nova canção será entoada. Para recuperar o fôlego, uma garrafa de cachaça é passada de mão em mão e vira atração, quando equilibrada na cabeça por um dos sambistas no centro da roda. A Associação Cultural Josefa Isabel dos Santos do Samba de Véio da Ilha do Massangano foi fundada no dia 14 de fevereiro de 2001, e é uma sociedade civil sem fins lucrativos.

 




Samba de matuto

O folguedo reúne canto, dança e poesia improvisada. Um samba-de-matuto é composto por um mestre, um contramestre, um bandeirista ou porta-bandeira, um tocador de ganzá, um tocador de bombo e um número variado de baianas. Os postos de mestre e contra-mestre só podem ser ocupados por poetas repentistas. A "função" começa quando o mestre faz soar um apito para reunir os participantes. As baianas formam duas alas, com a porta-bandeira ao centro.   O mestre recita para as baianas o refrão (tema) da poesia que irá improvisar.    Depois que as mulheres decoram os versos, um novo silvo fere o ar e faz-se silêncio total no salão.

O mestre declara o improviso.   São longos poemas, com vinte, quarenta e até cem versos.   Os assuntos são tirados de seu cotidiano.   Terminada a declamação, a percussão quebra a quietude do ambiente.  As bailarinas cantam e dançam no ritmo louco e sincopado dos instrumentos, requebrando os quadris numa coreografia primitiva e sensual.    As disputas entre os cantadores se sucedem; a poesia e a dança rolam soltas noite a dentro. Durante o carnaval, o samba sai à rua como bloco carnavalesco e os figurantes, trajando fantasias, visitam a casa das pessoas mais influentes - que são homenageadas, com poesia, pelo mestre.  É costume o homenageado gratificar o bloco colocando algum dinheiro preso (por alfinetes) na bandeira.


Serração do velho

A Serração do Velho é uma tradição européia conhecida em Pernambuco desde o começo do século XVIII. O folguedo reúne um grupo de brincalhões, diante da casa de pessoa de idade avançada, na noite da quarta-feira da Semana Santa. Um deles, improvisa um sarírico testamento e serra uma tábua, sendo acompanhado, nesse rouco e lúgubre ruído, pelos gritos, lamentos e pranto dos demais. Geralmente, os idosos irritam-se com a brincadeira, inclusive pela crença popular de que "velho serrado" não chega a outra Quaresma.

 

Tabaqueiros

Grupo formado por jovens, os tabaqueiros se assemelham aos caretas de Triunfo.  Um dos grandes atrativos do carnaval, podem ser admirados andando sós ou em grupos. Escondendo todo o corpo para que não seja reconhecido, sua fantasia é composta por máscara feita com papel e grude (uma espécie de cola preparada com goma) ou papier maché, chapéu com fitas multicoloridas, relho (espécie de chicote) e tabuleta com chocalhos de diversos tamanhos. Nas tabuletas levam frases engraçadas. Sem qualquer tipo de orquestra, os tabaqueiros são animados pelos sons dos chocalhos, das tabuletas e pelos relhos que estalam no chão, produzindo um som fortíssimo.

 

Toré

O toré é uma dança indígena. Pereira da Costa registrou um dos versos da música que é cantada quando se dança o toré: “Toré, toré, dá cá o pé. Eu não como moqueca de amoré”.

O toré dançado na aldeia em homenagem aos visitantes ou em festejos da tribo, não é o mesmo dançado no Ouricuri.

 



Trios de forró

Tradicionalmente formado por músicos utilizando zabumba, triângulo e sanfona como instrumentos, caracterizando o autêntico forró.

Troças

São agremiações carnavalescas similares aos clubes de frevo, sendo deles diferenciadas por realizarem desfiles diurnos (o que, nem sempre, hoje é respeitado). Dentre as troças de maior expressão em Pernambuco estão a Abanadores do Arruda, o Cachorro do Homem do Miúdo, a Pitombeira dos Quatro Cantos e a Marim dos Caetés.

Urso de carnaval (La ursa)

Conjunto cujas figuras centrais são o "Urso" (homem trajando máscara de urso e macacão de estopa), o Domador ou "Italiano" e, em alguns grupos, o "Caçador", personagem que conduz uma velha espingarda e dá tiros de pólvora seca, cada vez que o "urso" vai escapar. Geralmente são acompanhados por balizas, estandarte e orquestra (formada por sanfonas, triângulo, bombo e pandeiro).

Vaquejada

A vaquejada é o folguedo de derrubada do boi. Os participantes, a cavalo, correm em dupla. Um deles tem a função de "puxador", ou seja, é o encarregado de puxar o rabo do animal para que ele caia no campo de areia; ao outro, o "esteira", cabe cercar o boi para que ele não fuja e também colaborar para que o "puxador" fique na melhor posição possível. A dupla ganha pontos quando consegue derrubar o boi dentro de uma área de aproximadamente 10 metros, marcada por faixas de cal. A conquista é celebrada com o "valeu boi", gritado pelo locutor. A vaquejada é festa popularíssima no Nordeste e são muitos os parques de vaquejada existentes em Pernambuco.

 




Violeiros

Uma das mais típicas figuras do folclore brasileiro é sem dúvida nenhuma, o cantador de viola, o violeiro, conhecido em todo o território nacional. O violeiro nordestino, geralmente improvisador, sai cantando suas rimas acompanhado por viola, criando enquanto canta. De viola na mão, ou responde o desafio ou canta um acontecimento recente, opinando e interpretando os fatos.

 

Xaxado

Era a dança preferida dos cangaceiros e nasceu no Sertão nordestino. Dança-se em fila indiana, um atrás do outro, sem volteio, avançando o pé direito, fazendo de três a quatro movimentos laterais e puxando o esquerdo, num rápido e deslizado sapateado. Tem letra e música simples, com acompanhamento de zabumba, pífano, triângulos e sanfonas. Seus dançarinos, caracterizados por roupas de tecido rústico e adereços em couro e metal, empunham uma espingarda que, juntamente com as batidas das sandálias, contribuem à marcação do ritmo musical.

 

Zabumba

Tambor confeccionado de pranchas de madeira coladas com veios alternados ou metal, no formato de caixas cilíndricas de médias e grandes dimensões e sonoridade grave, sendo tocado ou percutido por varetas, macetas ou baquetas, em superfície com uma ou duas membranas esticadas em uma das bases, as quais, percutidas, produzem sons indeterminados, muito usado para marcar o ritmo em determinados gêneros musicais. Diferente de qualquer peça de bateria, surdo, bumbo ou similares, o zabumba acompanha na sua pele de cima um "abafador", para retirar o excesso de harmônico na nota emitida pela vibração da pele. Cada "abafador" varia em espessura e maciez. Dependendo do tamanho do zabumba (normalmente medido em polegadas)

 Fonte: Empetur / Invtur – PE


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