sexta-feira, 30 de agosto de 2024

 

Fonte: Internet

Três adolescentes de férias no povoado de Buscaú

     Apesar do título parecer uma narrativa de um livro, o fato aconteceu no início dos anos 80. Nessa aventura, eu estava na companhia de um primo e um grande amigo.

     Tudo começa quando eu relato minha experiência de conhecer o povoado de Buscaú, que existia numa região canavieira do município de Moreno, distante 28 km do Recife, capital do Estado de Pernambuco.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Moreno

     Meus amigos ficaram curiosos com as histórias de banho de cachoeira, passeios pelos canaviais e pelas serras, encontros com raposas e as caçadas de tatus nas noites de lua com a lendária comadre florzinha à espreita dos desavisados.

     A maioria nunca havia tido experiência com essas realidades de regiões de interior, e sim, com as facilidades e as muitas opções de diversões, uma vez que moramos perto da praia. Vez ou outra fazíamos alguns acampamentos para sair da zona de conforto e alimentar a nossa sede de aventura adolescente.

     Não demorou para o assunto Buscaú retornar a nossa roda de conversas e de tanto falar, começou as lembranças de outros detalhes e situações que cada vez mais atiçava minha vontade de retornar e do meu primo e amigo de conhecer. Estávamos no período de férias escolares e isso por si só seria um grande motivador de compartilharmos com nossos colegas da escola no retorno das aulas. Tomamos a decisão de ir para esse lugar, e eu seria um tipo de guia não qualificado para tal finalidade.

A viagem

     Após pedir permissão aos meus pais, que não ficaram tão preocupados com essa situação, pois no povoado de Buscaú moravam meus parentes por parte de mãe, um tio com esposa e três primos, dois já eram adultos e o outro adolescentes como nós e um profundo conhecedor da região. Arrumamos as mochilas, recebemos um dinheirinho generoso de nossos pais e partimos para a rodoviária de Recife, pois morávamos em Olinda, cidade vizinha.

 

 Antiga Rodoviária no Cais de Santa Rita – Recife

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Moreno


     Não lembro o destino do ônibus que pegamos, o importante é que ele deveria seguir pela BR-232, no sentido da Serra das Russas. Chegando no município de Moreno, paramos no distrito de Bonança (Antiga Tapera), por volta das 8:30h.



Distrito de Bonança – Moreno

Fonte: https://morenoredescoberto.blogspot.com/2023/09/historia-de-bonanca-antiga-tapera.html


     Meus dois primos adultos faziam transporte alternativo conduzindo pessoas em carrocerias abertas de caminhões. Tinha uma estrada não pavimentada que seguia para sul. Se não me falha a memória, os destinos eram o povoado de Massaranduba e Buscaú. Minha esperança era encontrá-los, curtir a paisagem e chegar em segurança na casa deles.

     Ficamos um tempo tentando localizar eles e também encontrar outra condução, mas, não tivemos sucesso. Um dos meus primos moravam em Bonança, mas ninguém que perguntamos sabia informa onde moravam. Um senhor percebeu a minha ansiedade por um transporte para Buscaú. Disse que conhecia meus primos e que só teria no fim da tarde. Os primos faziam duas viagens cada um pela manhã e à tarde. Se fosse atualmente não faltariam os transportes por aplicativos ou mototáxi. Os habitantes dos povoados, moradores e trabalhadores dos engenhos, praticamente só tinham essa opção de transporte. Nos fins de semana, principalmente em dia de feira ou eventos no distrito, o movimento aumenta. Ainda era comum ver montaria a cavalo e algumas motos eram vistas.



Feira livre de Bonança – Moreno

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=w0h4S-DC8Po


     A situação ficou difícil. Tínhamos as opções de voltar para casa, esperar até o fim da tarde pelo primo ou seguir andando pela estrada de barro, e com sorte, conseguir uma carona e chegar antes do anoitecer. Se era uma aventura e sabíamos o por onde ir, decidimos a terceira opção. Nos primeiros minutos de caminhada, sempre que passava alguém, perguntava se aquele era o caminho para Buscaú. As pessoas confirmavam, mas também enfatizavam que era bem longe para ir a pé. Um das informações nos deu mais ânimos: “Siga a vida toda e no fim pegue a esquerda! Mas é longe viu!”. Perguntei ao nosso simpático samaritano o quanto era distante, mas, não ajudou muito por que ele disse em léguas. Nenhum de nós sabia converter em quilômetros. Posteriormente descobrimos que seria em torno de 10 km e que naquele momento a nossa ignorância a respeito disso se tornou uma benção. É curioso como pessoas do meio rural do interior se referem as distâncias em léguas, mas tenho dúvidas das referências das mesmas. Tenho a impressão que elas obedecem um padrão regional. No caminho a gente comentou se alguém lembrava da aula sobre léguas. Mesmo assim resolvemos acelerar os passos.



     Saímos de Bonança perto das 10 h e entorno do meio-dia, nossa caminhada perde o ritmo. Não aceleramos muito por que percebemos que colocamos muitas coisas desnecessárias nas mochilas. A fome chegou e fizemos uma pausa para um lanche. No cardápio, a dieta adolescente, doces e salgados. Não pensamos nesse detalhe de reforçar a comida e água que em pouco tempo acabaram. Meu amigo disse que tinha um cantil grande extra e economizando daria para molhar a garganta. Mas na noite anterior a viagem havia lavado com detergente e a água pegou o gosto fazendo nossas bocas espumarem. Renovados, continuamos a jornada nos distraindo com a bucólica e um pouco cansativa paisagem canavieira que nessa época estava com as folhagens altas e no meu entender, pronta para a queima e colheita.

     O sol quente e ausência de árvores para fornecer sombra, a caminhada ficou mais difícil ainda. Em nenhum momento passou um carro para pedir carona. Conseguimos cortar um talo de cana-de-açúcar, mas era dura para extrair o sumo com os dentes. A sede e a fome se juntou ao grupo. O relógio não cansava e mostrava 14h e alguns minutos. Os empoeirados aventureiros olhavam para o sol que já estava no seu próprio caminho de se pôr. A gente tinha o costume de acampar na praia, mas no chão barrento dos canaviais seria um desafio. Até acender uma fogueira seria um risco de incendiar a plantação.



Fonte: https://www.udop.com.br/noticia/2020/12/07/produtores-de-cana-arrendam-usinas-em-pernambuco-e-retomam-a-industria-sucroenergetica-do-estado.html


     Finalmente chegamos no “fim” da estrada e na esperada bifurcação e fizemos o que foi orientado, siga para direita e assim o fizemos. Os passos aceleraram, estávamos no caminho certo. Eu havia dito que se não encontrarmos o povoado, pegando à direita nos levaria para Massaranduba, assim, não dormiríamos no canavial. Ao longe escutamos o som de motor de carro vindo desse outro lugar. Com mais 20 minutos de caminhada comecei a reconhecer um pouco o caminho, já surgia poucas árvores que tinha sombras, mas nenhum sinal do povoado. Meu amigo perguntou se eu tinha certeza que era ali lugar. Eu respondi que deveria, sim, exceto se a cidade tivesse sumido. Deitamos as mochilas e relaxamos na sombra da árvore. Ao olhar com atenção, reconheci que era um pé de cajarana. Eu tinha uma no quintal de minha casa. Seu tronco é crespo com lascas de cascas duras que facilita a subida. Foi o que fiz. Não precisou ir muito alto, achar o povoado de Buscaú “submersa” entre canaviais. O que me causou confusão é que na primeira vez que fui a plantação já havia sido colhida. A alegria foi grande e o alívio maior ainda. Sem perder tempo saímos da estrada e fomos pelo atalho no mar de canavial e saímos bem na entrada principal do nosso pequeno “El dourado”.

 

O povoado de Buscaú

      Logo no início da rua e do lado esquerdo, havia uma pequena igreja da Assembleia de Deus, bem comum nessas regiões rurais. O culto fazia pouco tempo que havia terminado e um grupo de fies seguia para as suas casas. Um pequeno grupo se concentrava na saída externa da igreja. Fomos nos aproximando o mais naturalmente possível e quando aquele grupo de pessoas nos viram ficaram muito curiosos e surpresos. Entre eles havia um homem que se destacava, tinha uma postura corporal bem distinta, apesar da sua estatura mediana o terno cinza-escuro lhe realçava uma tímida elegância. Segurava com esmero uma bíblia e sem dúvida era o pastor daquela comunidade.

Cada vez que eu me aproximava, focava no rosto e nas feições e confirmei que era meu tio. Adiantei os passos além do primo e amigo em direção a ele com um sorriso no rosto e ele correspondeu apesar de não me ter reconhecido de imediato. Na primeira vez que estive em Buscaú ele não estava lá, foi visitar sua mãe (minha vó) em Jaboatão dos Guararapes que faz parte da Região Metropolitana do Recife. Fazia muitos anos que ele não me via, quando o chamei de tio e disse que era filho de Dona Maria e Seu Pacheco ele abriu os braços e veio em minha direção. Comentou que não havia me reconhecido e que estava muito bem. Apresentei o meu primo que era sobrinho do meu pai e o nosso melhor amigo que morava na mesma rua. Ele perguntou como havíamos chegado lá e revelamos a nossa jornada, lhe causando espanto a nossa disposição. Claro que ele não deixaria de perguntar se nossos pais sabiam disso, o que confirmamos com um sincero sim. O tio perguntou se eu ainda lembrava onde era casa e da venda, respondi que sabia, era praticamente impossível de não encontrar. Ele disse que tinha que resolver umas coisas e que depois iria para casa e que meu primo “rural” estaria na venda.

     Seguimos pela única rua do povoado, que se muito tivesse era uns 150 metros. As casas pareciam ter décadas de construídas e a ausência de manutenção de suas fachadas as tornavam com o aspecto ainda mais antigo. Não observamos acúmulos de lixo na rua, apesar de que alguns resíduos pareciam surgir com o vento. As pessoas olhavam para nós com atenção, algumas nos cumprimentavam e outras respondiam os nossos. Tinha alguns cavalos selados com as rédeas amarradas perto das casas. Meu amigo disse o mesmo que eu havia falado na primeira vez que lembrava um cenário de filmes de faroeste. O povoado foi construído para dar suporte as famílias que trabalhavam no plantio e colheita da cana-de-açúcar.

     Meu primo perguntou se havia lanchonete. Respondi dizendo que o que mais se aproximava era a bodega do meu tio, que os locais chamam de venda. De tudo um pouco tinha, principalmente mais o básico como grãos, açúcar, café, farinha, óleo, manteiga, margarina, carne de charque, temperos, embutidos, querosene para as lamparinas, velas, fósforos, cordas, fumo de rolo e tantos outros itens. Acredito que deveria ter outros serviços no povoado que não fosse ligado a minha família e sou sincero em reconhecer que não me lembro. Esse lado materno de minha família tem muitas vivências com o meio rural, não obstante, com o tempo e necessidades migraram para os centros metropolitanos. A família de Buscaú que encontrei nessa época estava bem adaptada em prestar serviços com transporte alternativo de passageiros e abastecimento de mantimentos. Acredito que essa deveria ter sido a motivação deles empreenderem num lugar onde era bem carente desses serviços.

     Segundo minha mãe, meu tio completou seus estudos médios no Recife e chegou a estudar música. Um homem culto e líder espiritual que participava dos problemas da comunidade com a sua calma, paciência e senso de humor discreto e acolhedor.

     Mas o que eu estava mais interessado era dar um susto no meu primo rural que ficaria eufórico com a nossa presença. E foi exatamente o que aconteceu. A venda ficava ao lado da casa e tinha um acesso à mesma por dentro. Minha tia tomou um rápido susto, mas logo ficou bem. Na verdade, não foi a nossa chegada em si, foi saber que viemos andando desde Tapera (ainda tinha pessoas que se referia ao antigo nome). Meu primo rural disse que não era perigoso, que era longe, mas que ele mesmo já fez essa caminhada várias vezes. Ativo como ele era, imaginei que deveria ter ido correndo.

     Meu tio ainda não havia retornado da igreja, depois eu soube que foi resolver algo importante em Massaranduba e deixou a gente aos cuidados da tia e do filho caçula. Ela perguntou se queríamos tomar um banho antes de comer. Decidimos apenas lavar as mãos e o rosto numa água fria que pegamos de uma jarra, pois a fome “falou” mais alto. O primo rural reforçou a decisão avisando que depois que encher o bucho iria dar um passeio no povoado antes de escurecer de uma vez. Por conta da queima da cana-de-açúcar, o vilarejo não possuía energia elétrica, tudo se ilumina no gás do candeeiro, lamparina e velas. Ninguém tinha geladeira e tudo que se cozinha é consumido no mesmo dia e o que sobrava alimentava as galinhas.

 

A gastronomia local


     Ao redor de uma mesa quadrada de madeira e forrada com uma toalha estampada, minha tia colocou copos, talheres e pratos com a boca virados para cima. No canto da cozinha tinha um forno à lenha e sob ele, uma chaleira com água quente. Ela colocou farinha de mandioca nos pratos e saiu sem nada dizer. O primo rural ficou sozinho ajudando na bodega e que já havia pessoas curiosas querendo saber quem éramos. Na cozinha eu já sabia o que a minha tia iria fazer com a farinha, mas meu primo e amigo não. Eles olhavam um pouco desolados para o prato cheio de farinha e já espreitando uma garrafa com água próxima se entreolharam com um sorriso discreto achando que o jantar seria apenas o que viam. Mesmo sabendo que não seria assim, me divertir mantendo o suspense e, com a fome que eles estavam aquela comida parecia uma pizza grande.

     Em silêncio, começaram a comer a farinha devagar, sujando a boca e bebendo água. Minha tia chegou e quando viu aquela cena quase se desesperou testemunhando o grau de fome desses pobres rapazes. Imediatamente, ela derramou água quente sob a farinha e fez uma farofa de bolinho, acompanhada de vinagrete, pedaços de charque assada com bordas deliciosamente gordurosas e generosas fatias de mortadela. Minha tia se divertia com a educada fúria mastigatória. Eu disse que era a primeira vez eles viajam para o interior e que nunca comeram aquela iguaria. A minha tinha protegendo o sorriso com a mão só balançava a cabeça concordando. Ainda lembro da satisfação e felicidade daquele jantar.

     Tinha um gato doméstico jovem e bem manso rodeando nossas pernas, que decidiu subir sob a mesa. Minha tia perguntou já tínhamos visto um gato comer tomates. Ela colocou um bem maduro e ofereceu ao animal que comeu com tanto gosto como se fosse uma suculenta picanha. Assistimos espantados a cena e lembrei de um dito popular que diz: “Gato com fome chupa até laranja”, que não era o caso do gato da minha tia, que julgar pela sua apreciação vegetariana, estava gordo e com saúde.

     O meu primo rural havia fechado a bodega e veio rápido nos ver, tinha em mente uma lista de perguntas e isso me confirmou a hereditariedade com a minha amada mãe. Apesar do meu tio possuir um tom de pele mais morena e comum do povo da zona rural, a minha tia parecia uma holandesa. Essas características genéticas também foram passadas para os filhos. Meus primos e primas se destacavam com seus tons de pele avermelhados, cabelos ruivos e olhos azuis.

     O sol estava se pondo quando decidimos caminhar na rua, que apesar de ser de barro batido era limpa. O estilo das casas conjugadas, típicas dessas regiões e julgar pelas suas aparências de poucas ou nenhuma conservação, deveriam ter muitas décadas. Ficamos um bom tempo observando o movimento das pessoas aos poucos diminuindo enquanto os sons e os bichos da noite apareciam e vocalizavam.

     Num lugar pequeno como aquele, qualquer evento fora da rotina comum era novidade e a chegada dos parentes do pastor que vieram do Recife era o assunto em pauta. Retornamos para a casa do tio. Lembramos que ainda não havíamos tomado um banho para recarregar as forças e tirar toda aquela poeira do corpo. Meu tio ainda não havia chegado e minha tia disse que ele foi até Massaranduba. Atencioso como ele era, penso que foi ligar para a minha família avisando que estávamos bem. Meu amigo precisava ir ao banheiro e meu primo rural indicou o quartinho do “cagador” Ficaram surpresos em ver pela primeira vez uma legítima privada de chão. A peça tinha um buraco em forma de funil e nas laterais umas saliências indicando onde colocar os pés e descer em cócoras e atender as necessidades fisiológicas. No momento do banho, próximo à área serviço, havia um depósito de água muito fria. Meu primo, que era acostumado a tomar banho quente de chuveiro elétrico, já se arrepiava e a noite começava a esfriar mais.

Já o primo rural muito ativo e espirituoso e percebendo a situação e tomou a frente. Com uma cuia começou a jogar água na cabeça e pular rápido para espantar o frio. Foi uma experiência difícil, mas que se tornou divertido nos outros dias. Meu tio e primo mais velho haviam chegado. Não estávamos com fome, mas a minha tia insistiu que a gente comesse pelo menos umas broas de milho com café. O meu primo rural mais uma vez mostrou como se faz.

     Meu primo rural mais velho ficou impressionado também pelo percurso que fizemos andando até Buscaú. Mas o que todos estavam esperando eram notícias da família. As três camas disponíveis foram cedidas pelos primos que dormiram numa rede na varanda. Mesmo cansados, demorou um pouco pegar no sono, pois havia uma pequena revoada de morcegos que entrava pelas frestas do telhado. No dia seguinte, já descansados e depois de um reforçado café da manhã, fomos para a varanda da casa. Encontramos o primo adulto que começou a fazer perguntas sobre nossas vidas pessoais e testar nossos conhecimentos escolares, estudos, projetos de vida até chegar ao seu objetivo e especialidade que era a parte religiosa. Preparou, sem nenhuma sutileza, terreno para demonstrar seus conhecimentos bíblicos e nos convencer dessa fé nos convertendo ou plantando a semente para tal propósito. Já meu tio, tia e os demais primos nem no assunto tocavam. Conseguimos escapar um pouco das suas saudáveis intensões nos declarando cristãos católicos desde criança, orientado por nossos pais.

     O primo mais velho arqueou as sobrancelhas, deixando notar os olhos azuis e o rosto avermelhado pelo meu comentário inesperado. Bom, ele citou alguns salmos da bíblia, debulhando capítulos e versículos com tanta veemência que nos sentimos estar esconjurados. Meu primo rural caçula nos salvou com outra conversa paralela sobre a gente ir de noite caçar tatu e isso chamou nossa atenção. Mas astuto como uma raposa, o primo adulto fez outro convite para aquela noite; ir assistir um culto no povoado vizinho de Massaranduba. O caçula adorou a ideia, uma vez que, teria uma festa na rua principal, com parque de diversões e muitas barracas de comida e por que não, garotas bonitas típicas. O irmão mais velho olhou com a pupila fixa para o irmão caçula e depois olhou para nós. Aceitei o convite sem deixar transparecer a nossa verdadeira motivação esperando sair daquela bolha, mas o primo mais velho pareceu não acreditar, tinha seus planos. Os nossos planos seria passar no máximo 3 dias e então não havia tempo para descanso.

     Pedi ao primo rural para levar a gente num passeio por perto, avisando que a nossa cota de caminhada havia chegado no limite. Infelizmente essa indisposição nossa impediu de conhecer mais atrativos na região, não confiávamos mais nas tais léguas. O primo rural, e por efeito de não confundir mais o leitor passo a chamar de caçula, nos guiou bem por trilhas fáceis, passamos por alguns sítios, barrancos e claro: cana-de-açúcar. Mas valeu a pena quando chegamos numa pequena cachoeira protegida por uma mata de capoeira baixa e ladeada de rochas. Segundo meu amigo e primo, foi a primeira cachoeira que tinham vistos e seria perfeita se a água fosse quente. Para mim a cachoeira parecia mais uma bica natural. Lá mesmo fizemos um lanche e depois seguimos o passeio. De muito longe, digo a jugar pelas poucas léguas na conta do primo caçula, avistamos muitos lajedos, morros com afloramentos rochosos incríveis e outros tão altos que se haviam instalados antenas gigantes da Embratel.


Fonte: https://morenoredescoberto.blogspot.com/2014/02/o-ponto-mais-alto-do-municipio-do-moreno.html



Fonte: https://morenoredescoberto.blogspot.com/2014/02/o-ponto-mais-alto-do-municipio-do-moreno.htm


     Retornamos para casa bem na hora do almoço e encontramos uma deliciosa galinha de capoeira guisada, acompanhada de feijão-de-corda, arroz, cuscuz e salada verde. Dessa vez, fomos nós que demonstramos ao primo caçula os comensais que davam orgulho a nossas mães. Saímos da cozinha rindo nos achando mulheres grávidas e nos arrastando até a varanda para um cochilo longo, apreciando a brisa e o canto dos muitos pássaros por nós desconhecidos. Não havia condições de caminhar de tarde, ficamos apreciando o povoado e flertando discreta, sorridente e educadamente as moças locais.

 

Conhecendo o povoado de Massaranduba

 

     Ainda não descobrir o que significa o nome buscaú, mas sei que massaranduba é uma madeira de lei. Se pudesse voltar no tempo, poderia observar melhor e fazer muitas perguntas a minha família e os moradores mais antigos que deveriam ter em suas memórias ótimas histórias. Como isso seja improvável, ficarei com as minhas.

     A segunda noite havia chegado, estava clara ao ponto de poder enxergar a estrada de barro. O ar tinha um cheiro adocicado de mel de engenho trazido pelo vento de algum canavial sendo queimado.

     Antes da nossa viagem para conhecer Buscaú, tivemos a feliz ideia de levar peças de roupas para ocasiões, como, por exemplo: calças compridas e camisas bonitas estampadas com o etilo da época de jovens da nossa idade usavam. Do lado de fora, já ligando o carro para sair, o primo mais velho estava impecável usando um terno marrom e com uma bíblia na mão. Como eu era da família, fui na frente com ele e os demais atrás na carroceria, onde exatamente eu queria ir. Quando dirigia o primo mais velho não falou de religião, dizia que sempre pensou em visitar a família do litoral e tomar banho de praia, mas as suas obrigações com a família e a igreja eram muitas.

Vez ou outra parava o carro para oferecer carona para quem seguia o mesmo percurso, que não era longo.

     Se aproximando do povoado de Massaranduba escutamos os sons da alegria. Tudo parecia bem animado e convidativo quando chegamos. Tinha um pequeno parque de diversões com ingressos muito modestos e barraquinhas de comidas. Mas não chegamos a nos divertir como imaginamos, o primo caçula chega ofegante avisando que o culto iria começar. O meu amigo não entendeu muito a situação. Falei ao primo caçula que já estávamos indo e tive um particular com o grupo. Disse que apesar de aventureiros éramos de menores e que seria natural que o primo mais velho fosse responsável por nós num lugar que não conhecemos e que depois do culto ficaríamos um pouco mais para curtir o parque.

     Adentramos na casa de culto. Os homens usavam ternos e as mulheres, roupas mais compostas, mas, que chamava mesmo a atenção era a nossa presença. Na hora de começar o culto, surgiu a figura imponente do primo mais velho segurando um microfone e falando louvores a Jesus e as tentações do diabo que usa artifícios de festas e toda sorte de enganação para desviar o cristão de sua salvação. Minha turma olhou para mim e fiz sinal dizendo que nossa diversão já era. O primo mais velho continuava sua pregação, mas não conseguíamos entender nada, o som alto e distorcido que misturava com a voz dos fiéis dizendo exaltados a palavra aleluia. Nos sentimos armadilhados naquela situação que piorava com as portas e janelas fechadas. Não foi a nossa intenção, mas como não conhecíamos as peculiaridades desses cultos, os gritos de Aleluia!!!!!! Modulados por timbres de vozes diferentes e o primo mais velho dando mais gás, nos fez entrar numa crise de riso perigosamente contida. A gente não poderia se olhar que a vontade aumentava. Meu amigo ficava vermelho e meus olhos lacrimejavam querendo liberar aquela gargalhada “demoníaca”. Fomos salvos por algumas moças muito bonitas que desde o momento que entramos não tiraram os olhos de nós. Aquelas paqueradas inocentes, foi literalmente a nossa salvação. Quando culto acabou e abriram as portas, o ar fresco entrou e com ele o som da perdição da festa. O primo mais velho, que suava mais do que cuscuzeira no forno, imediatamente nos chamou para o carro para o retorno à Buscaú.

     No dia seguinte, passamos o dia passeando por lajedos próximos e curtindo o movimento da rua, pois as expectativas estavam agora para caçar tatu à noite. O primo caçula providenciou tudo, os cachorros, uma enxada e rolos de papel jornal. Ele explicou que essa caçada não usa espingarda. Quando se encontrava um buraco, cavava mais um pouco com a enxada, enchia o mesmo de jornal e acendia. A fumaça obrigava o bicho sair da toca e era morto a pauladas. Mas felizmente essa caçada foi um fracasso. Não muito longe dali, observamos uma cena de queimada que muito nos impressionou, tinha lá a sua beleza. Retornamos para casa cheirando a fumaça, tomamos aquele banho gelado, comemos bastante e depois de muitas conversas na varanda fomos dormir. Acordamos cedo, já ansiosos por voltar para casa e contar aos amigos a nossa aventura. Ainda durante o café da manhã, o primo do meio que até então não tinha aparecido nessa história, chega com toda a simpatia e bom humor num caminhão de pau de arara para nos conduzir a Bonança e de lá tomarmos destino para o Recife.

     Nos despedimos da família com muito carinho e abraços. A tia ainda fez um farnel para viagens com as gostosuras da bodega e o tio com aquele sorriso mandou lembranças para os meus pais.

     Nunca mais retornamos para Buscaú, o que sabemos é que depois aquelas terras foram desapropriadas e o povoado destruído ficando apenas alguns resquícios da sua existência.

    

 


quarta-feira, 7 de agosto de 2024

 


LA COCINA AFROLATINOAMERICANA MAS ALLÁ DE LAS VICERAS

 

SUSTENTACION DEL TEMA

Por mucho tiempo se ha dicho que las diferentes culinarias afros del continente madre, así como de los pueblos de la diáspora son platillos ricos de sabor, aroma y color, pero mínimos de insumos, esto se ha mantenido por mucho tiempo.

Luego de un trabajo de investigación realizado por el CENTRO DE INVESTIGACIONES Y ESTUDIOS AFROLATINOAMERICANOS Y AFROAMAZONICOS S.R.L. (CEINES AFROAMAZONICOS S.R.L) en coordinación con el GRUPO DE GASTRONOMÍA RECIFE PERMAMBUCO (G.G.R.P) podemos indicar la existencia de las similitudes y coincidencias culinarias que a continuación mostraremos.


A principios del siglo XVI, llegaron a América los primeros esclavos africanos, transportados por portugueses y españoles. Comenzó entonces la trata, el tráfico de esclavos entre África y el Nuevo Continente, un comercio que produjo sustanciosos beneficios a particulares y a gobiernos hasta su abolición en 1807 por británicos y estadounidenses, aunque se prolongó hasta finales del siglo XIX en forma clandestina. 

La trata de esclavos formaba parte del llamado «comercio triangular» atlántico. De Europa partían hacia África barcos cargados de mercancías que se cambiaban por esclavos. Los cautivos eran conducidos hasta Estados Unidos, Brasil o las Antillas inglesas, españolas y francesas, donde se adquirían productos americanos con los que emprender el retorno a Europa

Los traficantes de esclavos, muchos de los cuales amasaron ingentes fortunas y fundaron verdaderas dinastías, solían depender de compañías europeas y de proveedores africanos. Estos últimos eran algunos reinos que debieron su auge a la trata, como el de los Ashanti o el más importante de todos ellos: Dahomey, en el actual Benín, sobre todo durante el XVIII, bajo los reyes Tegbesu, Kpengla y Agonglo. Las campañas militares de estos soberanos proporcionaban gran número de prisioneros de guerra, parte de los cuales se vendía a los negreros en la ciudad de Xweda (la Ouidah o Whydah de los europeos, en el actual Benín), de la que partió casi un millón de esclavos hacia América. También podían venderse como esclavos los condenados por deudas, los ladrones, los asesinos y quienes infringían la ley. 

En 1799, el explorador británico Mungo Park, que acompañó una caravana de esclavos, refería que andaban de ocho a nueve horas diarias, lo que permitía recorrer hasta treinta kilómetros. A medida que avanzaban, estas expediciones debían pagar peajes e impuestos y ello incrementaba el precio final de los esclavos, muchos de los cuales no llegaban nunca al mar. Raymond Jalamá, un mercader de Luanda (Angola), calculaba a finales del siglo XVIII que la mitad de los cautivos se perdía a causa de las fugas y las muertes. 

Finalmente, las caravanas llegaban a una de las factorías que salpicaban las costas de África entre Mauritania y Angola, cuyos nombres aludían a la actividad comercial en la que cada región estaba especializada: Costa de la Pimienta (Liberia), Costa de Marfil, Costa de Oro (Ghana), Costa de los Esclavos (Togo y Benín). Allí los esclavos debían esperar la venta y el embarque en condiciones penosas, a veces durante meses: en 1790, el capitán William Blake compró 939 esclavos para una casa de Bristol, pero aguardaron tanto en tierra que 203 murieron antes de partir. Antes de comprarlos, el cirujano del barco negrero verificaba que el esclavo estuviese sano, comprobando su boca, los genitales, los músculos, y se lo marcaba con un hierro candente, frotando antes su piel con aceite de palma o cera de vela para rebajar el dolor. 

Al llegar a América, se daba de comer y se bañaba a los negros enflaquecidos, agotados o enfermos, para que presentasen mejor aspecto. Anunciada la venta, se exponía a los esclavos al público en un cercado. Unos agentes al servicio de los plantadores los compraban, a comisión; otros se subastaban; y los que quedaban se vendían por lotes. Obviamente, los esclavos jóvenes y robustos de ambos sexos eran los preferidos. La venta no se realizaba por grupos familiares, sociales, o étnicos, salvo excepciones: familias o grupos eran separados para siempre, a veces deliberadamente para evitar el riesgo de conspiraciones. 

Tras ser vendidos, los africanos se encontraban con un tipo de esclavitud diferente del africano. El europeo era especialmente duro con el esclavo: éste, además de no ser libre, carecía de personalidad jurídica y de cualquier tipo de derecho y debía realizar los trabajos más penosos. Las relaciones con el amo eran generalmente distantes, cuando no brutales –con agresiones y asesinatos incluidos–, aunque a veces eran más humanas. Las esclavas mantenían a menudo relaciones sexuales con los amos más o menos abusivas; en todo caso, sus hijos nacían esclavos. El esclavo formaba el último escalón de la sociedad, era casi un «objeto inanimado» que podía ser revendido o intercambiado; y su destino era el trabajo en la plantación o la factoría durante toda su vida. 

Luego de estas referencias es ilógico pensar que nuestros antepasados de la diáspora llegaran sin ningún conocimiento o referencia de idiosincrasia en todos sus campos de vida. nosotros nos enfocamos en la culinaria y la gastronomía.

 INGREDIENTES BÁSICOS DE LA COCINA AFRICANA

De punta a punta en el continente africano o en cada ciudad o pueblo del África, se encuentran mercados donde comprar los productos frescos que sustentan su cocina.

De todos los tamaños estos mercados tradicionales son centros de transacción comercial entre tribus o pueblos, pero más que todo constituyen los pilares de la vida social de África, de tal manera que junto a los comerciantes que venden sus productos básicos podemos ver corrillos donde los nativos se reúnen para compartir experiencias, chismes y discusiones sobre problemas o la política local, mientras toman cerveza, refrescos o bebidas alcohólicas.

La agricultura la pesca y la ganadería son las actividades fundamentales de África, que produce sus rubros para la cocina y estos son:

- La Yuca: (o mandioca) básica dentro de la alimentación y la nutrición de los países africanos, se aprovecha para obtener la fécula y la harina. Sus hojas se preparan como se hacen las espinacas en la cocina occidental. Se come frita, hervida o en estofados (así como nosotros usamos la papa). Llego de la mano de los portugueses que la llevaron desde América, de donde es originaria, y llego a ser tan importante en la alimentación que fue utilizada como moneda de cambio en el siglo XVI (16).

- El plátano y el cambur: (la banana o banano); en África se usan diferentes tipos la Musa paradisiaca o Plantain, suele prepararse frita en tajadas, en pure o en croquetas. Al centro del continente se cultivan variedades para hacer cerveza.

- El mijo: Casi ciertamente tuvo su origen en el África occidental tropical donde se da el mayor número de formas silvestres y cultivadas. Hace unos 2.000 años fue llevado este cultivo a África oriental y central, y a la India, es fácil y rápido de preparar, tiene un sabor dulce característico que lo hace particularmente apetitoso. Dicen que cuando se prueba, no se olvida fácilmente su sabor, especialmente si se cocina en su punto justo y se combina con las verduras apropiadas.

- El ñame: Una planta oriunda de África, tiene una raíz oscura y comestible, la trajeron a América los portugueses dicen que su nombre es una onomatopeya del sonido que se hace al comerla es decir ñam, ñam. Se conoce también como papa china o malanga.

- El sorgo: Es un cultivo que constituye un componente básico de la dieta en muchas partes de África donde alrededor de 300 millones de personas lo utilizan como un componente importante de su dieta.

- El Pescado: (más que la carne) Se usa fresco o se conserva secándolo y ahumándolo, es la base de las salsas de pescado que se usan como condimentos y aderezos. África cuenta con una abundante riqueza pesquera, fruto de las abundantes aguas que la bañan.

La cocina africana no puede prescindir de su especias y condimentos, pues dan sabor a las salsas que acompañan a veces a algunos ingredientes que por sí mismos pueden ser algo insípidos, pero nutritivos como cereales y féculas, que sin embargo necesitan de un aderezo añadido. Originalmente las madres de las tribus africanas, que se encargaban de la cocina, a veces familiar otras comunitaria, usaban para condimentar, rizomas, semillas y hojas.

Las especias utilizadas pueden ser las más comunes en todas las cocinas del mundo, gracias al comercio de ellas desde hace siglos, es decir en África también tienen influencia de la India y el Oriente, pero se destacan otras más autóctonas y son a grosso modo las que enumeramos a continuación:

- Ajíes Africanos: Son picantes y muy aromáticos, ocupan un lugar privilegiado dentro de esta gastronomía, que tiene especial predilección por el picante, los encontramos tanto secos como frescos en los mercados y se utilizan para condimentar sopas, salsas y guisos. Se toman también solos como un aperitivo y son apreciados porque son ricos en vitamina C, y muy digestivos.

- Comino en polvo: Lo combinan con otras especias y lo añaden principalmente a los chutneys y las conservas.

- El jengibre de origen asiático, fue introducido por los árabes en África. Lo consumen fresco o seco y molido, pero también se encuentran en los mercados populares, confitados y cristalizados. Con el elaboran cervezas y dulces además de utilizarlo como condimento en las comidas.

- Egusi: Es un producto de origen del África occidental, se refiere en la mayoría de las veces a las semillas de pistacho, con ellas se preparan salsas y se espesan las sopas. Suelen acompañar las carnes, pero preferiblemente al pollo.

- Ehuru: Son las semillas de un árbol africano llamado Monodoro mirística, se utiliza principalmente en Nigeria donde preparan con estas semillas una sopa muy tradicional llamada peper-soup. Sus semillas tienen fama de ser medicinales. Se encuentran principalmente en la región del África occidental.

- Gambas o camarones secos y ahumados: Son populares y habituales en la mayoría de los mercados del continente y son frecuentes como ingredientes en las salsas africanas, aunque en los países costeros los consumen frescos.

- Maní: Es considerado las estrellas de los condimentos africanos. Se consumen naturales o tostados, de ellos extraen aceite y preparan harinas, además de la mantequilla de maní que es uno de los ingredientes básicos de las salsas más extendidas del África negra.

- Mbongo: Es una especialidad de Camerún, de intenso aroma y sabor salado se usa para preparar el tradicional Mbongo tshobi (pescado en salsa negra), antes de usarlo lo remojan y luego lo pican muy bien para unirlo al sofrito.

- Nététu: Son semillas y hojas del árbol nere se utiliza para hacer una especie de mostaza que es un ingrediente común en todas las cocinas de África, las semillas se dejan fermentar para potenciar su sabor y su aroma.

- Ogbono: Son semillas secas de mango salvaje, en Nigeria de donde este condimento es originario, las muelen y con esa harina espesan las sopas y los guisos, otorgándoles a los platos una delicada textura y un sabor muy característico.

- Ukazi: Son las hojas de una planta trepadora llamada Gnetum Áfricanum que se cortan en tiras y se dejan secar para con ellas aderezar pollos y carnes.

En la cocina africana encontrar los ardientes Ajíes es habitual en la mayor parte de los países del continente. Existen muchas variedades, pero el más común es el Aji regordete y pomposo bonete escocés y uno realmente ardiente, el ají pili-pili que le da nombre a los platos que lo contienen en esta salsa especialmente estimulante, la usan como condimento en variedad de platos.


ADEREZOS CULINARIOS COMUNES DE ÁFRICA

 

La yassa:

Es una tradicional maceración de origen senegalés, que se ha extendido por todo el continente. Basada en el jugo de limón o de la lima, le dan un tono acido y aromático a los platos al final, se suele utilizar para aderezar el pescado y el pollo.

El piri-piri:

Es una salsa picante, típica en bastantes de los países del continente, con ella acompañan los platos con carne y pescados o mariscos, además de usarse para macerar, también se usa para llevar a la mesa y regar los alimentos cocinados.

El futari:

Es un combinado de verduras, cocinadas con leche de coco y aderezadas con especias, que suele ser guarnición de las carnes asadas.

Los talale

Son buñuelos ligeros de cambur (banana) con sabor entre dulce y picante, se toman como aperitivo entre comidas en toda África pero especialmente en Ghana de donde dicen es su origen.

El chutney

Es un condimento que se puede encontrar principalmente en el África austral, especialmente en Sudafrica, de origen indonesio, es una conserva de frutas y hortalizas que combina sus tonos dulces y avinagrados con el picante africano y el fuerte sabor de la mostaza.



LOS PLATILLOS

El fufu es típico de la región del África Occidental, principalmente, es un pure que puede ser de algún tubérculo o algún cereal, la mayoría de las comidas africanas incluyen una masa de este tipo, que al igual que en otros países se come con pan. Pero para tener una idea más exacta de la gastronomía de esta amplia región debemos puntualizar los ingredientes primordiales que componen su cocina. Además del ñame, la yuca, el arroz, las guindillas o ajíes, al aceite de palma las carnes y pescados que son comunes en todo el continente.

Costa de MarfilAttiéké: plato de mandioca similar al cuscús. Kaneyu: plato de pollo con mandioca o arroz y salsa Futu: puré de plátano. Aloko: plátano frito.

Guinea EcuatorialMbong: en fang o yuca en español, son tallos de mandioca fermentada. Tofú: plato popular que consiste en semillas de calabacín transformadas en una cuajada.

Niger, Kilshi : cecina condimentada. Hura : leche fermentada con mijo y pimienta picante. Brochett: (brochetas), que son similares al shish kebab. Tuwo: mijo molido con una salsa de tomate o quingombó. Kosai : torta frita de alubias. Beignets : unas rosquillas.Foura : bolitas de carne molidas mezcladas con leche, azúcar y especias.

Uganda: El matoke es la comida típica y se prepara con plátano verde cocido, mandioca o yuca y batatas, mezclado con ajo picado, cebolla, pimiento y trozos de pollo o carne de ternera, así como con pescado a la parrilla acompañado de trozos de tomate.

Sudan: La fasoolinya que es un guiso de judías servido con pan y la dura de maíz o mijo. el kibda que es hígado, el shoya que es carne a la barbacoa, kebabs, kalawi o riñones, lahma qwue es una sopa de carne y gammonia que es estómago de oveja guisado, que se prepara asi omo los callos o el mondongo que hacemos aquí. Entre las bebidas más populares se encuentran el laban o leche caliente endulzada, shai saada o té negro y shai bi-nana o un té dulce con menta.

Republica Centroafricana: Ngunza: es una salsa espesa que se hace con hojas de mandioca molidas, pasta de tomate y mantequilla de maní. Gozo: es una pasta espesa que se hace remojando la yuca o raíz de la mandioca en agua, para después secarla al sol y acabar moliéndola para mezclarla con agua hirviendo luego se moldea en bolas y se moja en la ngunzaMakala: aperitivos de masa frita. Mangbele: masa de mandioca envuelta en hojas y hervida. Kanda: pastel o tamal de carne, pescado, fruta o termitas, envuelto en una hoja y cocido.

Republica Democrática del Congo: Fufu: pasta blanda hecha de harina y agua. El fufu, que recibe otros nombres en diferentes partes del país, suele servirse con una salsa elaborada con tomates o maní. Shikwanga: comida de las regiones occidentales de la República Democrática del Congo que se hace con harina de mandioca y agua. Moambe: pollo guisado en aceite de palmeras con arroz y espinaca.

Ruanda: El "sombé con isambas secas", se trata de sardinas del lago Kivu con hojas de mandioca. La umutsima es una pasta de bananas o calabazas con la que se acompaña los platos. Los tuberculos como la yuca (mandioca), batata, ñame los cocinan de todas las maneras posibles, en especial fritas. Las legunbres son la base de la alimentación y se preparan generalmente en forma de potaje y aderezadas con pimiento y aceite de palma para acompañar platos de pescado o carne. El filete de cebra es uno de los manjares más apreciados. Existe una cereza local y vino de banano, considerado como una de las bebidas nacionales.

Chad: El pescado es de agua dulce es base de su cocina, pues sus ríos son bastante ricos en pesca; lo preparan también en salazón, las brochetas de carne de ternera acompañadas de un plato de arroz y la carne de cordero.

Bostwana: Bogobe de mabele: gachas hechas con sorgo, maíz o mijo (en el noreste), es un alimento básico. Se sirve ligero y a menudo agrio en el desayuno, y espeso en la comida y en la cena, se acompaña de una salsa para dar variedad a las comidas. Una salsa popular se elabora con cebollas, caldo de pollo y salsa de tomate. Paleche: maíz blanco, aunque vulnerable a la sequía, está reemplazando al sorgo como grano principal.Mageu: una espesa bebida de sorgo. Motoso: gachas ligeras preparadas para el desayuno. Dikuku, una pasta muy frita, que se come en el desayuno o en la comida. Phane, gusanos recogidos en los árboles de mophane que en el noreste, se considera una delicia y se seca en cenizas calientes antes de comerlos. Chibuku: cerveza de sorgo. Vetkoek: pastel de grasa típico del país.

Lesotho: Phoofo ea poone o mealie meal: harina de maíz, arroz, patatas, verduras y frutas. Y los guisos que tiene nombres como Nama ea khomo de carne de vaca. Nama ea khoho de carne de pollo o Nama ea kolobe de carne de cerdo. Moroho son las verduras cocidas. Nama es la carne asada.

Malawi: Nsima: gachas hechas de maíz machacado y hervido en agua Mkuku: estofado de pollo que se sirve en platos pequeños. Nyamma ngombe: cocido de ternera. Nsomba: pescado fresco con estofado o solo y bien frito.

Zimbabwe: Sadza un puré espeso de harina de maíz, es el alimento básico de la mayoría de los zimbabuenses y se sirve en casi todas las comidas. Mapopo: papayas, están disponibles en varias épocas del año.

Un ingrediente que vemos comunmente en las recetas es el mwambe que no es mas que una crema o mantequilla de maní o el saka-saka que es la crema de nuez de palma. Los platos que tienen estos ingredientes generalmente llevan su nombre.

Se consume un gran número de bebidas alcohólicas como el Mengrohom, es un carato hecho con maíz y yuca (mandioca), el Babine, producto de la fermentación de hojas de aguacate (palta) o variedades de cerveza como la de mijo. También son habituales las bebidas no alcohólicas, refrescantes con propiedades medicinales como la infusión de kinkeliba o flores de hibiscos o cayenas, agua de limón y jengibre, o las bebidas con miel y lima.

Tangawissi (CERVEZA DE REMOLACHA)

Ingredientes

3 o 4 raíces de remolacha o beterraga frescas grandes

Jugo de dos limones, piña, o jugo de toronja

1 taza de azúcar negra

Clavos (especia) o un palo de canela en rama (optativo)

1.5 litros de Agua

Método: macerado

Tiempo de elaboracion: 10 dias

Modo de consumo: frio / fresco

 

CARNE DE CABRA COMPUESTA

La carne de cabra compuesta es un plato típico canario, de las múltiples recetas que se preparan en las islas con esta carne de uno de los animales principales del ganado en las Canarias.

Cuentan que es en la isla de Fuerteventura donde se encuentra la cabaña más extensa de cabras, por lo que es allí donde con más frecuencia aparecen los platos de carne de cabra elaborados en los restaurantes. Aunque la presente receta de carne de cabra compuesta es un plato tradicionalmente casero, un braseado tradicional en el que la carne se sofríe y después se estofa en una mezcla de verduras y vino sazonada con bien de especias. Como ocurre con todos los platos tradicionales, encontramos tantas variantes en la verdura y el líquido de estofado empleados como zonas o incluso como hogares. La de cabra es una carne firme que hay que estofar durante un tiempo prolongado a fuego lento; el intenso especiado conforma al final del proceso una salsa sabrosísima, para mojar pan sin parar.

INGREDIENTES DE LA CARNE DE CABRA COMPUESTA

  • Aceite de oliva virgen
  • 1 kg de carne de cabra
  • Sal
  • 1 cebolla
  • 5 dientes de ajo
  • 250 g de tomate triturado
  • 1 cucharada de pimentón dulce
  • 1 cucharada de orégano seco
  • 3 clavos de olor
  • 1 cucharadita de comino molido
  • 3 zanahorias
  • 250 ml de vino blanco
  • 2 hojas de laurel

ELABORACION

  • Dorar la carne de cabra en aceite de oliva a fuego vivo
  • Salar la carne y retirarla cuando esté dorada
  • Picar la cebolla y sofreírla a fuego suave en el mismo aceite
  • Majar el ajo y darle unas vueltas con la cebolla
  • Agregar el tomate y reducir un poco
  • Añadir el pimentón dulce y sofreír brevemente
  • Agregar el orégano, los clavos de olor y el comino molido. Mezclar bien
  • Incorporar las zanahorias troceadas
  • Devolver a la cazuela la carne de cabra con sus jugos
  • Mojar el conjunto con el vino blanco
  • Incorporar el laurel
  • Cubrir la carne con agua y estofar al menos una hora y media, hasta que esté tierna, tapar, dejar reposar una hora y servir.
  • La receta muestra similitud con el peruanísimo SECO A LA NORTEÑA

Cabe señalar que la cocina canaria tiene influencia de África del norte, y que de canarias muchas personas llegaron a América

CINCO PLATOS TÍPICOS LATINOAMERICANOS QUE HEREDAMOS DE ÁFRICA

Muchos ingredientes llegaron con los esclavos de África y se quedaron a vivir de este lado del mundo.

Esos deliciosos sabores que nos hemos apropiado por generaciones pueden venir de antepasados más antiguos de lo que nos imaginamos.

QUIMBOMBÓ

El quimbombó es un vegetal verde con interior gelatinoso muy común en Cuba, y que hacia parte de la dieta africana. Uno de los platos más preparados allí es el quimbombó con bolitas de plátano, carne de cerdo y salsa de tomate.

 

FRITURAS DE FRIJOL CARITA

Este tipo de fríjol fue uno de los muchos cultivos que llegaron a América desde África. Los esclavos los cocinaban porque, además de ser nutritivos, los veían como amuletos de buena suerte. Este ingrediente es base de la dieta de muchos platos típicos latinoamericanos.

 

POLLO TRITURADO CON SALSA DE MANI

Si bien el maní se originó en América del sur, se hizo popular en África en el siglo XVI gracias a los exploradores portugueses. Varias regiones mexicanas empezaron a usarlo en sus recetas cuando los españoles y los esclavos difundieron los beneficios de éste en la gastronomía. 


SANCOCHO:

 este plato típico llegó a América Latina con los inmigrantes de las Islas Canarias, pero la receta original cambió gracias a las influencias de los esclavos africanos que llegaron a este lado del territorio. Actualmente, el sancocho se prepara con ingredientes base de la dieta africana: plátano, ñame, pollo, patitas de cerdo y carne de res.


SANGRECITA DE POLLO:

cuenta la historia que eran los amos quienes disfrutaban de los buenos cortes de carne y los esclavos de las vísceras. De esa desigual tradición viene este plato peruano que combina la sangre de pollo con cebollas, ajíes, yuca o papa.



Y TÚ CON QUE PLATILLOS DE TU LUGAR RELACIONAS ESTAS COMIDAS


CHEF´s DOCENTES GASTRÓNOMOS DE INVESTIGACIÓN

ENRIQUE CARLOS HOLSEN GUZMAN / MARCOS LÔBO NASCIMENTO